Portugal com 69 casos da variante Ómicron e com possível circulação comunitária
Covid-19
14 de dez. de 2021, 16:16
— Lusa/AO Online
“Até
à data, estão identificados um total de 69 casos da variante Ómicron
por pesquisa dirigida de mutações e/ou sequenciação do genoma viral”,
refere o relatório do INSA sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2,
que provoca a doença Covid-19.Segundo o
instituto, no âmbito da monitorização em tempo-real da “falha” na
deteção do gene S, que permite identificar a variante Ómicron, realizada
em colaboração com diversos laboratórios, foi possível reunir os dados
referentes ao período de 25 de novembro a 12 de dezembro.“Esta
análise aponta para uma tendência crescente na proporção de casos
positivos com falha do gene S desde o dia 6 de dezembro, atingindo uma
frequência relativa de 9.5% no dia 12 de dezembro”, adianta o relatório.De
acordo com o INSA, esta tendência, em particular a observada nos
últimos três dias, é “fortemente indicadora da existência de circulação
comunitária da variante Ómicron neste período, em forte paralelismo com o
cenário observado em outros países" que estão a utilizar a mesma
abordagem para vigilância desta variante, caso da Dinamarca e do Reino
Unido.Esta nova variante, classificada
como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada
na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias
sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas
infeções em mais de 60 países de todos os continentes, incluindo
Portugal.Dados de hoje do Centro Europeu
de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês) indicam que
nas últimas 24 horas foram registadas mais 441 infeções por esta
variante nos países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu
(UE/EEE), elevando para um total de 2.127 casos confirmados até agora,
todos assintomáticos ou com sintomas ligeiros de Covid-19.Para
identificação da Ómicron estão a ser implementadas diferentes
estratégias em Portugal, que passam pela análise de amostragens
aleatórias semanais por sequenciação do genoma, pela investigação de
amostras de casos suspeitos e pela monitorização em tempo-real da
“falha” na deteção do gene S, um dos critérios laboratoriais utilizados
para identificar casos da variante.Relativamente
à variante Delta, no período entre 15 e 28 de novembro o INSA registou
uma prevalência de perto de 100% desta variante, estando em circulação
diversas sublinhagens em Portugal, 33 das quais detetadas
consecutivamente nas últimas três semanas com amostragens fechadas e
análises concluídas.O instituto ressalva
que a discriminação da Delta em sublinhagens não indica que apresentem
uma maior transmissibilidade, associação a doença severa ou maior
capacidade de evasão ao sistema imunitário.No
que se refere às sublinhagens com a mutação de interesse E484Q, nas
últimas amostragens registaram-se casos que apontam para a ocorrência
recente de, pelo menos, três surtos não relacionados entre si nos
distritos de Évora e Porto e na Região Autónoma dos Açores.A
ocorrência de mutações na posição 484 da proteína `spike´ na variante
Delta tem sido rara, mas é alvo de monitorização apertada a nível
internacional dada a sua potencial resistência a anticorpos
neutralizantes e a sua associação a outras variantes de preocupação,
como a Beta, Gamma e Ómicron.No âmbito da
monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2, o INSA já
analisou 23.068 sequências do genoma do coronavírus, obtidas de amostras
colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições,
representando 303 concelhos de Portugal.