Portugal com 29 atletas apurados a sete meses dos Jogos
Tóquio2020
31 de dez. de 2019, 08:52
— Lusa/AO Online
Comparando o número com o
mesmo período dos últimos três ciclos, verifica-se uma diminuição, pois
no final de 2015, Portugal contava com 46 participantes assegurados no
Rio2016, em 2011 tinha 41 a caminho de Londres2012, e em 2007 eram 44
com passaporte 'carimbado' para Pequim2008.No
atletismo, por exemplo, eram já 16 os atletas qualificados a pouco mais
de meio ano do Rio2016, num ‘bolo’ total de sete modalidades
asseguradas no final de 2015, um número superado em 2019: está já
garantida a presença portuguesa em 10 desportos.A
assimetria nos processos de qualificação e a ausência da qualificação
de qualquer seleção coletiva tornam a comparação mais complicada, com a
grande maioria dos desportos a passar por processos de apuramento, por
‘ranking’ ou através de torneios, ao longo da primeira metade de 2020.Para
o diretor desportivo do Comité Olímpico de Portugal (COP), Pedro Roque,
esta redução explica-se sobretudo por dois fatores, o mais
significativo a ausência da participação no futebol, que no Rio2016
garantiu, desde logo, a participação de 18 futebolistas.Por
outro lado, no atletismo, “mudou o sistema de qualificação”, explica à
Lusa, e a qualificação através de uma marca pré-definida é agora “muito
mais exigente do que no passado”.“Tivemos
15 atletas no campeonato do mundo, mas só seis conseguiram a marca que
até aqui é pedida para os Jogos Olímpicos. (...) Depois há a via do
‘ranking’, para quem não consegue as marcas estabelecidas”, nota o
dirigente.Nesta modalidade, já ‘lá estão’
João Vieira, nos 50 km marcha, Evelise Veiga, Patrícia Mamona e Pedro
Pablo Pichardo, no triplo salto, e Carla Salomé Rocha, na maratona.Assim,
e pelo ‘ranking’, pode dizer-se que há vários atletas “quase
virtualmente qualificados”, mas a confirmação oficial só acontecerá em
2020, depois de terem sido apurados os resultados das várias provas
pontuáveis.Fora do atletismo, “há alguma
assimetria” nos números de apurados, mas Roque está confiante de que os
números vão eventualmente atingir a previsão de “entre 70 a 75,
eventualmente 80” atletas em Tóquio2020, até porque as diferenças estão
“nos ‘timings’” e não tanto no desempenho desportivo.“Neste
momento, temos 10 modalidades qualificadas. Se considerarmos que o
judo, o skate, o triatlo e até, eventualmente, o ténis têm atletas em
posição mais do que privilegiada para ir, perspetivamos um mínimo de 14
modalidades”, acrescenta.Fora destas, há
ainda possibilidades noutras modalidades, do taekwondo ao remo, karaté,
golfe, badminton ou na esgrima, além da “ténue esperança” de uma
modalidade coletiva, através do andebol masculino, que em janeiro
disputa o Europeu de andebol, onde só uma equipa se qualifica
diretamente mas que serve de apuramento para um torneio de qualificação.Dos
atletas destes desportos depende também a representação em termos de
variedade, já que, em 2016, Portugal esteve em 16 modalidades
diferentes.Por outro lado, há neste
momento “quase uma paridade entre masculino e feminino na participação
olímpica”, e o COP tem “como objetivo essencial ter no mínimo 40% de
representação feminina nos Jogos”, podendo chegar mesmo à paridade.Os
Mundiais de Szeged, na Hungria, apuraram seis canoístas, cinco deles
homens: além de Fernando Pimenta e Emanuel Silva, prata em Londres2012,
há também João Ribeiro, Messias Baptista, David Varela e Teresa Portela,
a que se junta, no slalom, Antoine Launay, apurado nos Mundiais de La
Seu d’Urgell.A canoagem tem a maior
comitiva com o passaporte já ‘carimbado’, com uma quota de três atletas
na equitação, duas no ciclismo e cinco nadadores: Alexis Santos, Gabriel
Lopes, Ana Catarina Monteiro, Diana Durães e Tamila Holub.Ao
lado de Filipa Martins e de Frederico Morais, que marca a estreia do
surf no programa olímpico, está também Fu Yu, no ténis de mesa, uma
quota na vela, em 49er, para dois atletas, e João Paulo Azevedo, no tiro
com armas de caça.