Portugal ausente de compromisso para acelerar fim de veículos poluentes
COP26
10 de nov. de 2021, 13:01
— Lusa/AO Online
A declaração foi divulgada paralelamente à
26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), a decorrer em
Glasgow e hoje dedicada ao tema dos Transportes, e foi apoiada por
países como Cabo Verde, Canadá, Chile, Dinamarca, Índia, Nova Zelândia,
Polónia, Suécia, Turquia e Reino Unido.Ford,
General Motors, Mercedes Benz e Volvo, assim como vários estados e
cidades nos Estados Unidos e noutros países subscreveram, bem como
outras empresas como a energética portuguesa EDP, a farmacêutica
AstraZeneca ou a plataforma de Uber. Porém,
de fora ficaram países europeus com uma importante indústria automóvel,
como França e Alemanha, bem como os Estados Unidos e China, e
construtores como a Volkswagen ou Renault. O
grupo ecológico Transporte e Meio Ambiente (T&E), a que a
portuguesa Zero pertence, lamentou estas ausências, referindo que "será
necessário mais do que uma declaração não vinculativa para limpar a
maior fonte de poluição dos transportes” e urgiu que as promessas sejam
reforçadas por "metas reais estabelecidas por lei”.Na
Lei de Bases sobre a Política do Clima, aprovada na sexta-feira,
Portugal apenas se compromete a proibir veículos exclusivamente movidos
com combustíveis fósseis até 2035, deixando de fora os automóveis a
gasolina e gasóleo híbridos, o que a associação ambientalista Zero
condenou. Separadamente, vários países
também se comprometeram a eliminar gradualmente o uso de camiões e
autocarros com motores de combustão interna, associando-se a empresas
envolvidas no transporte rodoviário, como grupo de entregas DHL, a
construtora Scania e a cervejeira holandesa Heineken.Decisores
políticos e milhares de especialistas e ativistas reúnem-se até
sexta-feira na COP26 para atualizar os contributos dos países para a
redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e aumentar o
financiamento para ajudar países afetados a enfrentar a crise
climática.A COP26 decorre seis anos após o
Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da
temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima
dos valores da época pré-industrial.Apesar
dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de
estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração
económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima
que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do
século superiores em 2,7 ºC.