Portugal abriu 103 processos envolvendo crianças e três estão em famílias de acolhimento
Ucrânia/1 ano
8 de fev. de 2023, 09:27
— Lusa/AO Online
Numa resposta
enviada à agência Lusa sobre a situação de menores ucranianos que
chegaram a Portugal no último ano sem os pais, a Comissão Nacional de
Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) precisa
que, até momento, foram abertos 103 processos de comunicação por
“criança proveniente de conflito armado”.Destes
103 processos abertos, em 85 as Comissões de Proteção de Crianças e
Jovens (CPCJ) já terminaram a intervenção, em quatro está a ser feito
acompanhamento de medidas e em três foi decidido acolhimento familiar,
precisa aquela entidade, frisando que os restantes processos
“encontram-se em avaliação e diagnóstico”.Desde
que começou a guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro do ano passado,
Portugal atribuiu 14.082 proteções temporárias a menores ucranianos,
representando cerca de 25% do total dos refugiados que fugiram do
conflito, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).O
SEF revela ainda que comunicou ao Ministério Público (MP) a situação de
737 menores ucranianos que chegaram a Portugal sem os pais ou
representantes legais, casos em que se considera não haver "perigo atual
ou iminente".Nestas situações - na
maioria dos casos a criança chegou a Portugal com um familiar -, o caso é
comunicado ao MP para nomeação de um representante legal e eventual
promoção de processo de proteção ao menor.O
SEF comunicou também à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens a
situação de 15 menores que chegaram a Portugal com outra pessoa que não
os pais ou representante legal comprovado, representando estes casos
"perigo atual ou iminente".Questionado
pela Lusa sobre a situação destas 15 crianças, a Comissão Nacional de
Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens refere que estes
processos de promoção e proteção foram remetidos ao Ministério Público,
pelo que não deve a CNPDPCJ pronunciar-se.No
último ano, Portugal atribuiu 57.626 proteções temporárias a ucranianos
que fugiram da guerra, residindo a maioria em Lisboa (12.330), Cascais
(3.626), Porto (2.932), Sintra (1.950) e Albufeira (1.426).O
pedido de proteção temporária a Portugal pode ser feito através da
plataforma 'online' criada pelo SEF (https://sefforukraine.sef.pt),
disponível em três línguas, não sendo necessário os adultos recorrerem
aos balcões deste serviço de segurança.No
entanto, no caso dos menores, é obrigatória a deslocação a um balcão do
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para que seja confirmada a
identidade e filiação.