Portos dos Açores diz não existir processos disciplinares a trabalhadores da empresa
9 de mar. de 2022, 11:26
— Lusa/AO Online
“Não há nenhum
processo disciplinar a nenhum trabalhador da empresa Portos dos Açores
neste momento”, afirmou à agência Lusa o presidente do Conselho de
Administração (CA), Rui Terra.O
PS/Açores pediu a audição na Assembleia Regional do comandante Lizuarte
Machado, depois de o trabalhador da empresa pública Portos dos Açores
ter sido alegadamente alvo de um processo disciplinar devido a um
comentário numa rede social.Rui Terra
acrescentou que, “neste momento”, não está “em cima da mesa” a
“hipótese” de abrir uma participação disciplinar sobre a conduta daquele
funcionário.“Eu julgo que os atos dele
falam por si. Não é preciso ser um administrador ou gestor de uma
empresa para admitir que a deslealdade está patente em todo o processo”,
acrescentou Rui Terra, referindo-se à posição de Lizuarte Machado.O
presidente da gestora portuária da região salientou ainda que “o que se
passa internamente na Portos dos Açores é tratado internamente” na
empresa.“Acreditamos que toda a gente tem
direito à sua opinião. A Portos dos Açores não se identifica é com as
opiniões manifestadas pelo seu colaborador Lizuarte Machado.
Especialmente quando o objetivo é denegrir a imagem do atual CA, a quem
ele devia servir, e o próprio secretário dos Transportes”, afirmou.Rui
Terra afirmou também que o comentário de Lizuarte Machado “não é
adequado” a um trabalhador “abrangido por um código de ética e pelos
deveres do trabalhador de código civil”.“Demonstrámos
a nossa posição numa reunião privada só com o próprio, para que isso
não acontecesse no futuro. Tentámos dizer é que não achamos aceitável
que um colaborador nosso, numa rede social pública, acuse o CA de ser
delirante ou o secretário dos Transportes de ser delirante. Isso não é
aceitável”, acrescentou o responsável pela empresa pública.Numa
carta enviada ao presidente do Governo dos Açores, a que a agência Lusa
teve acesso, Lizuarte Machado diz ter sido convocado para uma reunião
com o Conselho de Administração (CA) da Portos dos Açores, a 28 de
janeiro.O comandante revela ter sido
“surpreendido com o teor da reunião e, sobretudo, com a ameaça de
instauração de um processo disciplinar, por alegada deslealdade e
declarações insidiosas para com o secretário regional da tutela e com o
CA da Portos dos Açores”.O piloto apela à
intervenção do líder do executivo açoriano, o social-democrata José
Manuel Bolieiro, uma vez que a “liberdade de expressão é um direito
constitucionalmente consagrado”.Segundo
Lizuarte Machado, em causa está um comentário realizado numa publicação
da página da IL/Açores sobre o local dos Transportes Marítimos
Graciosenses (TMG) no porto da Praia da Vitória na ilha Terceira.“Quanto
ao facto de a Portos dos Açores querer desalojar os TMG do local que
ocupam no porto comercial da Praia da Vitória, diria que, com este
secretário regional dos Transportes e com esta administração, por mais
delirante que seja, tudo é possível”, lê-se num excerto do comentário em
causa, que Lizuarte Machado anexa na carta dirigida ao presidente do
governo.Lizuarte Machado, piloto e
especialista em transporte marítimo, é autor de uma extensa obra sobre a
construção naval nos Açores, tendo ainda sido deputado do PS/Açores na
Assembleia Regional.