População menos satisfeita com situação financeira do que com a vida em geral
21 de abr. de 2023, 12:00
— Lusa/AO Online
O Inquérito
às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2022 do Instituto
Nacional de Estatística (INE), dirigido às pessoas com 16 ou mais anos,
incluiu perguntas sobre a satisfação com alguns domínios específicos,
nomeadamente a satisfação com a situação financeira do agregado, com as
relações pessoais e com o tempo livre de que dispunham, bem como sobre a
frequência com que os indivíduos se sentiam felizes e a existência de
apoio social. A média de satisfação com a
situação financeira foi 6,0 em 2022, inferior à média de satisfação com a
vida em geral (7 numa escala de 0 [nada satisfeito] e 10 [totalmente
satisfeito]). Segundo os dados, 39,3% dos
inquiridos consideraram baixo o seu nível de satisfação com a situação
financeira do agregado e apenas 12,8% tinham uma satisfação elevada.
“A percentagem de pessoas com uma avaliação média ou elevada da
situação financeira do agregado era mais baixa nos grupos etários mais
elevados, representando menos de 60% a partir dos 50 anos, enquanto o
grupo etário dos 16 aos 24 anos é o que apresenta a menor proporção de
pessoas com um nível de satisfação baixo (25,7%) e a maior proporção de
pessoas com um nível de satisfação elevado (23,4%)", concluem os dados
recolhidos pelo INE. O INE acrescenta
que “a proporção de pessoas que completaram o ensino superior e
avaliaram a sua satisfação com a situação financeira com um nível
elevado foi 16%, mais 3,2 pontos percentuais (p.p.) do que a proporção
dos que completaram o ensino secundário e mais 4,8 p.p. dos que
completaram o ensino básico”.De acordo com
o inquérito, a média da satisfação com a vida em geral foi de 7 na
escala até 10 em 2022, inferior à do ano anterior (7,1) e superior à
registada em 2018 (6,8).Considerando
alguns aspetos que contribuem para a avaliação da vida em geral, as
relações pessoais foram, em média, as que mais satisfizeram a população
com 16 ou mais anos (8,2), enquanto a situação financeira do agregado
familiar foi o aspeto menos positivo, com uma satisfação média de 6,0. A
média da satisfação com o tempo livre disponível foi 7,0.A
confiança nas pessoas em geral (sem considerar familiares e amigos) foi
5,6 em 2021 e 5,7 em 2022, superior ao resultado registado em 2018
(5,2).Em 2022, 65,8% da população com 16
ou mais anos referiu sentir-se feliz sempre ou a maior parte do tempo, e
78,5% indicou nunca ou pouco tempo sentir-se só e isolado.Cerca
de um quarto desta população (24,9%) disse reunir-se com familiares
todos os dias e 42,2% todas as semanas, o que significa que a maioria
(67,1%) se encontrava com familiares pelo menos uma vez por semana.No
mesmo ano, 55,9% da população inquirida indicou ter ido, nos 12 meses
anteriores à entrevista, ao cinema (26,4%), ter assistidos pelo menos um
espetáculo ao vivo, como teatro, um concerto ou evento cultural
organizado ao ar livre (30,8%), ter visitado um local de interesse
cultural, como um museu, monumento histórico, galeria de arte ou sítio
arqueológico (36,2%) e assistido a acontecimentos desportivos ao vivo
(23,8%).A maioria dos inquiridos (58,1%)
referiu nunca ter lido um livro nos 12 meses anteriores à entrevista, a
maior parte por falta de interesse (65,7%). Mais de 40% disseram que
leram pelo menos um livro, dos quais quase 70% leram entre um e quatro
livros.