População em Portugal aumentou 0,44% em 2022 devido a componente migratória
18 de dez. de 2023, 19:12
— Lusa
“A
população residente em Portugal, em 31 de dezembro de 2022, foi
estimada em 10.467.366 habitantes”, referiu o INE nos Anuários
Estatísticos Regionais, com informação à escala regional e municipal,
acrescentando que o número representa um aumento de 0,44% face ao valor
estimado para o ano anterior e “um aumento superior em relação à
variação ocorrida no ano anterior (+0,26%)”.Entre
2021 e 2022, as sete regiões NUTS (Nomenclatura das Unidades
Territoriais para Fins Estatísticos) II apresentaram um aumento da
população residente: Norte (+0,60%), Área Metropolitana de Lisboa
(+0,56%), Região Autónoma dos Açores (+0,48%), Algarve (+0,43%), Madeira
(+0,22%), Centro (+0,17%) e Alentejo (+0,16%).Segundo
o INE, “o aumento da população residente em Portugal, em 2022, decorreu
de uma variação positiva na componente migratória (+0,83%) – mais alta
do que a tendência positiva ocorrida no ano anterior (+0,69%) –,
atenuada pela diminuição na componente natural (-0,39%) – que se revelou
menos intensa face ao ano anterior (-0,43%)”.A
importância da componente migratória para o crescimento global do
efetivo populacional “estendeu-se a todas as regiões NUTS II do país,
com particular relevância para as regiões do Alentejo e Norte”, com
valores acima de mais 0,90%, registando a Área Metropolitana de Lisboa
(AML) o crescimento migratório menos intenso (+0,66%).A
componente natural do crescimento populacional registou diminuições em
todas as NUTS II do país, tendo o Alentejo (-0,83%), Centro (-0,68%) e
região autónoma da Madeira (-0,53%) registado as reduções mais
acentuadas e superiores à referência nacional (-0,39%).Em
143 dos 308 municípios do país (46%), localizados maioritariamente na
faixa litoral do continente e nas regiões autónomas dos Açores e da
Madeira, foi estimado um crescimento populacional efetivo, apontou o
INE.Em 13 municípios do país “a evolução
positiva da população decorreu de taxas de crescimento natural e
migratório simultaneamente positivas”: Odivelas, Amadora, Loures, Sintra
e Vila Franca de Xira (AML), Esposende, Braga, Vizela e Lousada
(Norte), Corvo, Lagoa e Ribeira Grande (Açores) e Albufeira (Algarve).“Nos
restantes 130 municípios com aumento populacional a evolução deveu-se
exclusivamente a um saldo migratório positivo”, lê-se no estudo.O
efetivo populacional diminuiu, em 2022, em 161 municípios,
destacando-se Barrancos (- 2,77%) e Alcoutim (-2,21%) com os decréscimos
populacionais mais elevados do país, e 17 registaram um saldo negativo
em ambas as componentes demográficas: Resende, Baião, Cinfães, Arouca,
Felgueiras, Castelo de Paiva e Guimarães (Norte), Barrancos, Elvas,
Portalegre, Campo Maior e Vila Viçosa (Alentejo), Manteigas, Penacova,
Sever do Vouga e Guarda (Centro), e Setúbal (AML).A
análise da componente migratória por sub-regiões revela que, em 2022,
todas as 25 NUTS III do país obtiveram variações migratórias positivas,
com destaque para o Oeste (1,69%), Lezíria do Tejo (1,62%), Alentejo
Litoral (1,42%) e Área Metropolitana do Porto (1,31%), com aumentos
acima de 1%, enquanto o Tâmega e Sousa (0,11%) apresentou a menor taxa
de crescimento migratória.O movimento
migratório apresentou um contributo positivo em 290 dos 308 municípios
(94%), destacando-se com crescimentos migratórios superiores a 2%, um
conjunto de 22 municípios: 10 no Centro, sobretudo no Oeste, cinco no
Alentejo, três no Norte, Corvo (4,02%) – com o maior valor do país –, e
São Roque do Pico nos Açores, Castro Marim, no Algarve, e Porto Santo,
na região da Madeira.Segundo o INE, em
2022, a mediana da idade da população residente era de 47 anos ao nível
nacional e os 25% de população residente com menor idade tinham até 26,7
anos (1.º quartil) e os 25% da população mais velha tinha 64,2 ou mais
anos.Em 2022, a idade mediana da população
residente foi superior à referência nacional (47,0 anos) em 16 das 25
NUTS III e 10 destas sub-regiões apresentavam valores iguais ou
superiores a 50 anos, destacando-se o Alto Tâmega com o maior valor
mediano (56,6). A Região Autónoma dos Açores (42,7) e a Área
Metropolitana de Lisboa (45,0) eram as únicas sub-regiões com idade
mediana igual ou inferior a 45 anos.Os
anuários apresentaram também informação sobre construção e habitação,
revelando que o valor das vendas de alojamentos familiares situou-se, em
2022, acima do valor nacional (2.219 euros/m2) no Algarve (3.042/m2),
na AML (3.013/m2) e Madeira (2.273/m2), e que, no caso das rendas de
novos contratos de alojamentos familiares, o valor era superior à
referência nacional (9,88 euros/m2) na AML (13,25/m2) e Algarve
(10,11/m2).No turismo, em 50 municípios
mais de metade dos hóspedes dos estabelecimentos de alojamento turístico
eram não residentes no país, com Machico (86,8%) – valor mais elevado
do país –, Santana (82,4%), Calheta (82,1%), Câmara de Lobos (81,6%) e
Santa Cruz (81,4%) da região da Madeira, e Lagos (83,0%) no Algarve, a
destacarem-se por apresentarem proporções de hóspedes não residentes
acima de 80%.Os resultados totais dos
Anuários Estatísticos Regionais relativos a 2022 podem ser consultados
na área dedicada aos municípios (dossiês temáticos) em www.ine.pt.