Polónia acolhe atleta bielorrusa que criticou autoridades de Minsk
Tóquio2020
2 de ago. de 2021, 14:37
— Lusa/AO Online
Kryscina
Tsimanouskaya "já está em contacto directo com diplomatas polacos em
Tóquio. Ela recebeu um visto humanitário. A Polónia fará tudo o que for
necessário para a ajudar a continuar a sua carreira desportiva", disse o
vice-ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Marcin Przydacz, numa
mensagem na rede social Twitter.O marido
da atleta, Arseni Zdanevitch, tinha admitido antes que Krystsina
Tsimanouskaya pretendia ir para a Polónia por recear pela sua segurança
na Bielorrússia."Penso que [na
Bielorrússia] não estaríamos seguros”, disse Arseni Zdanevitch,
contactado por telefone pela agência France-Presse.Vadim
Krivosheyev, da Fundação Bielorrussa Solidariedade Desportiva, tinha
dito anteriormente à agência Associated Press que a atleta de 24 anos,
tinha solicitado um visto na embaixada da Polónia em Tóquio e que a
fundação lhe tinha comprado um bilhete de avião para viajar para
Varsóvia na quarta-feira.A atleta deveria
ter participado hoje na prova de 100 metros, mas disse que os dirigentes
olímpicos da Bielorrússia a inscreveram na estafeta de 4x400 metros, em
substituição de uma atleta que, segundo a sua versão, não realizou o
número suficiente de controlos antidoping.Krystsina
Tsimanouskaya disse numa mensagem vídeo divulgada numa conta nas redes
sociais associada à oposição bielorrussa que foi pressionada por
funcionários da equipa e que pediu ajuda ao Comité Olímpico
Internacional (COI)."Fui colocada sob pressão e estão a tentar tirar-me à força do país sem o meu consentimento", denunciou a atleta, no domingo.“Porque
devemos pagar pelos vossos erros? […) É um arbítrio”, insurgiu-se a
atleta em mensagem no Instagram, quando denunciou a decisão das
autoridades bielorrussas de a inscreverem numa prova que disse nunca ter
disputado. “Caso me tivesse avisado
previamente, explicado toda a situação e perguntado se seria capaz de
correr os 400 metros, não reagiria de maneira tão severa. Mas decidiram
fazer tudo nas minhas costas”, escreveu numa mensagem separada. “Tenho medo de ser enviada para a prisão” na Bielorrússia, declarou depois ao ‘media’ digital by.tribuna.com. Este
incidente ocorre num momento em que o regime do Presidente Alexander
Lukashenko prossegue uma repressão generalizada sobre os opositores com o
objetivo de terminar em definitivo com o amplo movimento de contestação
de 2020 contra a sua reeleição para um quinto mandato. O
COI anunciou, no domingo, que tinha contactado com a atleta, que estava
com as autoridades no aeroporto de Haneda e acompanhada por um membro
da equipa Tóquio2020". “Ela disse-nos que se sentia em segurança”, afirmou o COI na rede social Twitter.O
Comité Olímpico bielorrusso, que é dirigido por Viktor Lukashenko,
filho do Presidente da Bielorrússia, disse numa declaração que
Tsimanouskaya teve de suspender a sua participação em Tóquio2020 por
causa do seu "estado emocional e psicológico", algo que a velocista
descreveu como uma mentira.