Política de coesão é o principal instrumento de investimento da UE
11 de out. de 2022, 10:20
— Ana Carvalho Melo/Lusa
O presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro,
defendeu ontem que a política de coesão é” o principal instrumento de
investimento a longo prazo da União Europeia no reforço da coesão
económica, social e territorial”. “[A Política de Coesão]
desempenhou igualmente um papel importante para as regiões e cidades
apoiarem as pessoas durante a pandemia e está a ajudá-las a enfrentar as
consequências da guerra da Rússia contra a Ucrânia”, frisou Vasco
Cordeiro.O presidente do Comité das Regiões falava numa conferência
de imprensa conjunta com a comissária europeia da Coesão e Reformas,
Elisa Ferreira, na abertura da Semana Europeia das Regiões e Cidades,
que decorre até quinta-feira.Vasco Cordeiro referiu ainda que o
Relatório Anual do Comité das Regiões realça o papel da política de
coesão para as comunidades locais.“Como mostra o Relatório Anual do
Comité das Regiões, a importância da política de coesão para as
comunidades locais é mais forte do que nunca, com 83% dos representantes
locais e regionais a afirmarem que esta é a política que traz mais
valor acrescentado ao seu território. Esta semana trata-se também de
debater o futuro da política de coesão”, disse em Bruxelas, frisando que
“para as regiões e cidades, a política de coesão deve continuar a ser a
pedra angular da transição verde e digital, entre outras”. Por sua
vez a comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, disse
querer proteger o próximo quadro dos fundos de coesão do combate à atual
crise energética, privilegiando o quadro de 2014-2020, que pode ser
usado até 2023.“Claro que estamos a abordar este assunto, dentro dos
limites do quadro de apoio de 2014-2020. Porque queremos proteger o
quadro de apoio 2021-2027 para o fundamental da política de coesão”,
disse Elisa Ferreira, sobre o aumento dos custos da energia por toda a
União Europeia. “Queremos mesmo que a política de coesão se concentre na
convergência de longo prazo”, tinha já dito anteriormente a comissária
europeia, reconhecendo que no quadro financeiro 2014-2020 foi necessário
“criar flexibilidade”, já que “a coesão interna da Europa teria sido
massivamente colocada em perigo” se tal não tivesse acontecido.Por
seu lado, sobre o mesmo assunto, Vasco Cordeiro salientou a importância
de não “transformar o extraordinário no novo normal” como a sua
“principal preocupação”, defendendo o objeto da política de coesão de
Bruxelas.“O que eu preferiria era tornar os fundos de coesão mais
fácil de usar na transição energética”, reconhecendo, porém, que não tem
“a mesma resposta rápida” dos fundos de emergência, mas “prepara mais
solidamente as regiões e cidades” sobre o assunto.