Polícias criticam vacinação e exigem mais compensações
Covid-19
30 de mai. de 2021, 20:35
— Lusa /AO Online
Em comunicado, intitulado "Portugal seguro à custa da segurança dos seus polícias", a ASPP/PSP manifesta "muita preocupação pela forma como alguns assuntos foram tratados, "outros se atrasam e outros se normalizam, quando nunca deveriam ser normalizados, em concreto".Quanto ao processo de vacinação na PSP, diz a associação sindical que ocorreu "uma secundarização inicial" da classe, apenas com a garantia de 50% das vacinas para estes profissionais (operacionais e pessoal de apoio operacional) que foram chamados a estar "na primeira linha" em período de pandemia, pelo que "apenas se vacinou metade do efetivo"."Continua a existir essa secundarização por parte do Governo e da ‘task force’, uma vez que não se percebe onde se encontra a continuidade da prioridade aos polícias neste processo e não se percebe ainda a razão da suspensão do mesmo", alega a ASPP/PSP.A estrutura sindical refere que foram escalados polícias para ações de fiscalização de combate à pandemia, para cimeiras, para eventos desportivos sem estarem vacinados, como, por exemplo, o pessoal de apoio à atividade operacional e o pessoal da Polícia Municipal do Porto."O risco de infeção não era uma realidade também para estes [profissionais]?" questiona a ASPP/PSP.Relativamente ao alegado "corte constante de direitos na PSP", a ASPP/PSP questiona também por que razão sempre que se realiza "algo mais complexo" - uma cimeira, um jogo de futebol - "há sempre corte de folgas, restrição de férias, corte de folgas compensatórias."Há, ou não, efetivo suficiente na PSP para dar resposta? Se há, porque tal acontece? Má gestão do efetivo?”, questiona a ASPP/PSP, perguntando ainda se é "normal e natural o atropelo aos direitos dos profissionais da PSP, para que as missões corram bem” e se não se consegue “o equilíbrio entre as necessidades do serviço e os direitos dos polícias”.A ASPP/PSP reclama pela natureza das funções desta força de segurança compensações pela "especificidade, disponibilidade e exigência", observando que, após "tanto tempo passado" e apesar de existir portaria", "não foi ainda efetivado o pagamento do subsídio de risco covid aos polícias."Por que razão o Ministério da Administração Interna (MAI) não responde às dúvidas enviadas pela ASPP/PSP para se perceber qual o alcance da portaria e a quem se aplica? Será que não querem pagar tal subsídio, por exemplo, ao pessoal dos aeroportos que faz 24 horas de controlo sanitário?" questiona a associação sindical, alargando essa interrogação "aos polícias que estiveram na rua em interação com o público, nas esquadras, com contactos com infetados, no transporte aos hospitais, nos serviços remunerados", entre outras situações.A ASPP/PSP quer ainda saber por que motivo não é ativado o suplemento existente para o efeito (suplemento de piquete) para os profissionais que são acionados "aquando das necessidades", alegando que o suplemento é um acréscimo remuneratório de natureza excecional, atribuído ao pessoal policial que seja obrigado a comparecer ou a permanecer no local de trabalho, visando salvaguardar o funcionamento dos serviços ou sempre que o estado de segurança ou circunstâncias especiais o exijam.A associação sindical pretende assim saber os motivos pelos quais "não se aplica e se insiste em não se compensar" devidamente as funções e tarefas descritas, considerando que o MAI não pode ignorar "perpetuamente a resolução dos problemas" que afligem os polícias.