Polícia que matou George Floyd quer anulação da condenação
19 de jan. de 2023, 08:43
— Lusa/AO Online
Derek Chauvin de
46 anos, tinha sido reconhecido culpado de assassínio pela justiça do
Estado do Minnesota, no norte, depois de um julgamento muito seguido em
2021, e condenado a 22 anos e meio de prisão. O
seu advogado William Mohrman defendeu hoje, em recurso, perante um
painel de juízes a anulação do processo, desde logo porque as audiências
não tinham sido tranquilas, dadas as ameaças de violência em torno do
tribunal.“A questão principal deste apelo é
a de saber se um acusado pode ter um processo justo em um tribunal
rodeado por blocos de betão, arame farpado, carros blindados e tropas da
Guarda Nacional, presentes na eventualidade da sua absolvição?”,
questionou. Seja qual for o resultado
deste recurso, Derek Chauvin vai continuar na prisão, porque se declarou
culpado de “violação dos direitos cívicos” de George Floyd perante um
juiz federal e foi sentenciado em 2022 a 21 anos de prisão. Três
outros polícias, que permaneceram passivos durante a agonia de George
Floyd, receberam sentenças entre dois anos e meio e três anos e meio de
prisão. A 25 de maio de 2020, Derek
Chauvin, um polícia branco, colocado desde há 19 anos em Minneapolis,
esteve ajoelhado no pescoço do quadragenário negro durante mais de 10
minutos, indiferente aos seus estertores e às reclamações dos
transeuntes em pânico.A cena, filmada e
distribuída, provocou imensas manifestações contra o racismo e a
violência policial em todos os EUA e no estrangeiro. Os juízes têm 90 dias para divulgar a sua decisão.