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Polícia Judiciária investiga açoriano que apareceu morto em Vila Franca de Xira

Homem de 64 anos tinha sido transportado para o Hospital de São José, em Lisboa, após acidente sofrido em São Miguel. Saiu da unidade hospitalar e apareceu caído, sem vida, junto a um supermercado, em Vila Franca de Xira


Autor: Nuno Martins Neves

A Polícia Judiciária de Lisboa está a investigar o caso de um homem de 64 anos, antigo taxista, natural do concelho da Lagoa, que apareceu morto em Vila Franca de Xira, na quarta-feira. Segundo noticiou a RTP 1, a vítima encontrava-se em Portugal Continental a receber assistência hospitalar, depois de ter sofrido um acidente na Lagoa, na segunda-feira.

A família quer explicações para o que sucedeu com o seu familiar, um homem de 64 anos que sofreu uma fratura maxilofacial na segunda-feira, no concelho da Lagoa. Por incapacidade de resposta do Hospital do Divino Espírito Santo (falta de especialista), a vítima foi transferida para o continente, mais concretamente para o Hospital de São José, em Lisboa.

É aí que o pai de Elton Luís, sobrinho da vítima, deixou o homem de 64 anos. “Foi atendido e ficou nas urgências a levar soro, à espera do dia de manhã, do médico especialista, para fazer uma averiguação, para saber como é que estava, como é que não estava, quais eram as condições, se era para ser operado ou não. Entretanto, o meu pai sai de lá às 3h da manhã, deixa o meu padrinho no hospital, vai para a residencial descansar”, contou Elton Luís à RTP1.

Mas no dia seguinte, quando o pai de Elton se deslocou à unidade hospitalar, foi surpreendido com a ausência do homem de 64 anos.

“O meu pai vai lá, no dia seguinte, para saber como é que era a operação, como é que era as coisas todas, e chega ao hospital e pergunta pelo meu padrinho, ninguém sabe de nada. O meu padrinho desapareceu. Perguntou às pessoas, ao segurança, não sabem, não sabem, não sabem de nada”.

Após esta situação, a família ainda conseguiu entrar em contacto, via telemóvel, com o familiar desaparecido, mas o homem de 64 anos apresentou um discurso incoerente, dizendo que se encontrava na Fajã de Baixo. Poucos minutos depois, a bateria do telemóvel chega ao fim.

A angústia teve um desfecho pouco depois das 22h00, quando a família recebe a notícia que o homem foi encontrado, sem vida, a mais de 30 quilómetros de distância do Hospital de São José.

“Às 10h e tal da noite, o meu primo liga-me, dizendo que ele foi encontrado morto, caído morto numa estrada perto ao supermercado Aldi, de Vila Franca de Xira. A nossa questão: como é que é possível ele sair do Hospital de São José e ser encontrado em Vila Franca de Xira a 37 quilómetros de distância? Não sabemos”, afirmou o sobrinho, à RTP1.

Elton Luís esclarece que o seu tio veio dos Açores com toda a documentação do HDES para o “São José”. Questionada, a unidade hospital de Lisboa afirmou que o utente não estava internado, mas em avaliação, na área de ambulatório, acompanhado de familiares, não tendo sido detetados quaisquer sinais de desorientação. O São José anunciou, ainda, a abertura um inquérito interno para apurar o que se passou.

O caso está, agora, nas mãos da Polícia Judiciária de Lisboa, que irá procurar reproduzir os últimos passos do homem de 64 anos, como é que saiu do Hospital de São José e como é que chegou a Vila Franca de Xira.