Polícia de Teerão recebeu ordens de "contenção" face a manifestantes
EUA/Irão
13 de jan. de 2020, 13:21
— Lusa/AO Online
“A polícia tratou as pessoas que se
concentraram com paciência e tolerância. A polícia não disparou sobre as
manifestações porque a contenção estava na agenda dos polícias da
capital”, declarou o general Hossein Rahimi, segundo a televisão
estatal.As forças armadas iranianas
reconheceram no sábado que o voo PS572 da Ukraine International Airlines
que caiu a 8 de janeiro após ter descolado de Teerão tinha sido abatido
por um míssil disparado “por erro”, numa altura em que a defesa do país
estava em estado de alerta de nível “guerra” por se temer um ataque
norte-americano.No incidente morreram
todas as 176 pessoas que seguiam a bordo. A maioria das vítimas tinha
nacionalidade iraniana e canadiana, mas também estavam a bordo cidadãos
da Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e do Reino Unido.O anúncio da responsabilidade das forças armadas do Irão suscitou choque e uma vaga de indignação.Logo
no sábado à noite, uma cerimónia de homenagem às vítimas da
universidade de Teerão transformou-se numa manifestação contra as
autoridades, com gritos de “morte aos mentirosos”, antes de ser dispersa
pela polícia.No domingo à noite houve outras manifestações de raiva, de uma amplitude difícil de avaliar.Segundo
a agência Associated Press, a polícia e as forças de segurança
iranianas dispararam balas reais e gás lacrimogéneo para dispersar os
manifestantes e organizações não-governamentais de defesa de direitos
humanos já pediram ao Irão que permita que as pessoas protestem
pacificamente, conforme prevê a Constituição.Os
Estados Unidos no domingo e a Alemanha hoje também pediram às
autoridades da República Islâmica para não colocarem entraves às
manifestações e deixarem os iranianos exprimirem a sua dor.