Polícia britânica está a investigar “festas” durante pandemia em Downing Street

25 de jan. de 2022, 12:53 — Lusa/AO Online

A investigação foi confirmada pela comissária da Polícia Metropolitana (Met), Cressida Dick.“Como resultado das informações providenciadas pela equipa de inquérito do Conselho de Ministros e, em segundo lugar, de acordo com a avaliação dos meus próprios agentes, posso confirmar que a Met está a investigar uma série de eventos que ocorreram em Downing Street [o escritório e residência oficial do líder do Governo britânico] e Whitehall [edifícios governamentais] nos últimos dois anos em relação a possíveis violações dos regulamentos para a Covid-19", referiu.Até agora, a força policial havia rejeitado os pedidos para abrir um inquérito, alegando não existirem provas suficientes para iniciar uma investigação e argumentando que, por princípio, evitava analisar retrospetivamente as violações das restrições."O facto de estarmos a investigar agora não significa, claro, que serão necessariamente emitidas multas em todos os casos e a todas as pessoas envolvidas”, vincou a responsável, durante uma audiência da Comissão de Polícia e Crime da Assembleia Municipal de Londres.A decisão é conhecida um dia depois de ter sido noticiado que Boris Johnson comemorou o aniversário com cerca de 30 funcionários durante um confinamento, em junho de 2020, quando estes tipos de encontros ainda eram proibidos.Um porta-voz confirmou que o chefe do Governo britânico esteve presente, mas durante "menos de dez minutos".A notícia soma-se a relatos e alegações de dezenas de outras “festas” ou eventos sociais em 2020 e 2021 em Downing Street, violando as restrições impostas para travar a pandemia de Covid-19.O escândalo conhecido por “partygate” causou uma onda de indignação, já que muitas pessoas ficaram impossibilitadas de acompanhar familiares e próximos que morreram ou que estavam doentes ou sozinhos.  Sondagens mostram uma queda na popularidade de Boris Johnson, de 57 anos, eleito em 2019 com uma maioria absoluta histórica graças à promessa de concretizar o ‘Brexit’ (processo de saída do Reino Unido da União Europeia). Até agora, Boris Johnson escapou a uma moção de censura no Partido Conservador, aguardando-se esta semana o resultado de um inquérito interno às festas.O conhecido ex-assessor de Boris Johnson, Dominic Cummings, recusou-se a ser interrogado como parte desta investigação, preferindo testemunhar por escrito.Cummings, que lança regularmente ataques contra o líder conservador desde a demissão no final de 2020, avisou que "outras histórias prejudiciais" irão surgir caso o primeiro-ministro não renunciar.