Pogacar vence Flèche Wallonne e já tem o ‘tríptico das Ardenas’ no palmarés
19 de abr. de 2023, 17:32
— Lusa
‘Pogi’
prolongou o seu domínio avassalador nesta temporada, impondo-se,
sem grandes dificuldades, no mítico Muro de Huy, ao acelerar nos metros
finais dos 194,3 quilómetros desde Herve para cortar a meta com o tempo
de 04:27.53 horas, à frente do dinamarquês Mattias Skjelmose
(Trek-Segafredo) e do espanhol Mikel Landa (Bahrain-Victorious),
respetivamente segundo e terceiro com o mesmo tempo.Vencedor
da Amstel Gold Race no domingo, Pogacar tornou-se no quarto ciclista da
história a ganhar a clássica neerlandesa e a Flèche Wallonne no mesmo
ano, depois dos italianos Davide Rebellin (2004) e Danilo Di Luca (2005)
e do belga Philippe Gilbert (2011).Aos 24
anos, o bicampeão do Tour (2020 e 2021) completou o ‘tríptico das
Ardenas’ no palmarés – conquistou a Liège-Bastogne-Liège em 2021 -, e
vai procurar no domingo unir-se na história a Rebellin e Gilbert, os
únicos a vencerem as três prestigiosas clássicas daquela região do
centro europeu no mesmo ano.“Deixei tudo
na subida, foi superduro. […] A 20 quilómetros da meta, ou até a 50,
estava bastante nervoso, mas a equipa fez um grande trabalho para me
manter na frente. Houve um momento em que quase caí, estava caótico, mas
conseguimos finalizar”, congratulou-se o esloveno, notando que nenhuma
outra equipa ajudou a sua UAE Emirates. Após
a sua 10.ª vitória em 18 dias de competição em 2023 – e também
conquistou as gerais do Paris-Nice e da Volta à Andaluzia -, ‘Pogi’
confessou não ficar “farto de cortar a meta em primeiro”, preferindo
“desfrutar do momento” antes de prognosticar um eventual pleno esta
época nas clássicas das Ardenas no domingo, dia de Liège-Bastogne-Liège.
Antes de o pelotão sair de Herve, já a
clássica belga era notícia pelas inúmeras baixas de peso entre o
‘elenco’ que deveria disputá-la: além do português Rui Costa, a lidar
com uma “irritação no joelho” segundo a Intermarché-Circus-Wanty, não
alinharam o vencedor do ano passado, o doente Dylan Teuns
(Israel-Premier Tech), Julian Alaphilippe, o campeão em 2018, 2019 e
2021 – ausente devido a (uma nova) lesão, desta vez no joelho, provocada
por uma queda na Volta a Flandres -, ou Jai Hindley, o vencedor do
Giro2022, que está com uma infeção respiratória. Numa
Flèche Wallonne sem história até à ascensão final, um dos destaques da
jornada foi para Soren Kragh Andersen (Alpecin-Deceuninck), que andou na
fuga do dia, e ainda ‘engatou’ em Samuele Battistella (Astana) e Louis
Vervaeke (Soudal-QuickStep), os últimos resistentes à perseguição da UAE
Emirates.Já no Muro de Huy, Romain Bardet
(DSM) tentou atacar, mas foi ‘bloqueado’ por Michael Woods
(Israel-Premier Tech), um ‘movimento’ que permitiu que Pogacar atacasse
quando quis, sem que Skjelmose e Landa o conseguissem alcançar.“Bater
o Pogacar não era possível. Ele é superior aos outros, não podemos
fazer nada neste momento”, resumiu Landa, referindo-se ao também
vencedor da Volta a Flandres. Ruben Guerreiro (Movistar), o único português em prova, foi 30.º, a 22 segundos de ‘Pogi’.