PND expulsa militantes da extrema direita

1 de dez. de 2007, 20:47 — Lusa/AOonline

"Não vamos recuar perante as ameaças por telefonemas e mensagens anónimas feitas a alguns de nós e às suas famílias, porque assim como não tememos no passado a extrema esquerda, também não tememos a extrema direita", disse aos jornalistas o presidente do PND, Manuel Monteiro.     Justificando a decisão da direcção do partido tomada hoje em Aveiro, Manuel Monteiro sublinhou que o PND se assume como partido "da direita conservadora e liberal, da tolerância e do respeito pelas pessoas, independentemente da sua religião ou cor da pele".     Esses princípios, segundo entendeu a direcção, são incompatíveis com organizações como o Movimento Nacionalista e o movimento Pró-Pátria, a que estarão ligados os militantes agora convidados a abandonar o partido e os 12 cuja proposta de adesão foi recusada.     "Não queremos na Nova Democracia pessoas ligadas a movimentos fascistas ou que defendem o pensamento de Hitler", justificou o presidente do PND.     Segundo Manuel Monteiro, a decisão foi tomada após uma "análise objectiva e factual", com base em declarações públicas prestadas pelas pessoas em causa e pela constatação do seu envolvimento nos movimentos de extrema-direita, através dos sites na Internet.     Caso o "convite" para sair, feito por carta a 20 militantes, não seja acatado e atendendo a que, estatutariamente, a direcção não tem poder para os expulsar, deverá solicitar ao conselho de jurisdição do partido para accionar os procedimentos disciplinares com vista à expulsão, explicou.     Manuel Monteiro observou ainda que "não deixa de ser estranho que pessoas que não se identificam com os princípios da direita liberal e democrática do PND" estejam agora a querer filiar-se.     "Aqui há gato! Não gostam dos nossos ideais, discordam da nossa forma de estar e são contra nós, porque é que querem vir para aqui? Que recolham assinaturas e formem o seu próprio partido", comentou.     Manuel Monteiro sublinhou ainda que "o PND é um partido aberto" e que as pessoas podem mudar de ideias, dando até o exemplo do percurso do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, "que foi em tempos de extrema-esquerda".     "Coisa diferente é as pessoas continuarem na Nova Democracia a defenderem ideias contrárias aos princípios do partido", concluiu.