PM reitera que é preciso fazer avaliação profunda do combate e gestão
Incêndios
30 de set. de 2024, 16:54
— Lusa/AO Online
“Vamos
fazer uma avaliação profunda sobre tudo aquilo que foi o combate, o
sistema de emergência e Proteção Civil e a sua gestão”, afirmou Luís
Montenegro, que fez questão de deixar uma palavra de respeito aos que
estiveram no terreno a protagonizar a luta, muitas vezes absolutamente
injusta, contra incêndios galopantes, como foi o caso de Vila Pouca de
Aguiar.O chefe do Governo e o Presidente
da República sobrevoaram de helicóptero a área ardida no concelho
do distrito de Vila Real e deslocaram-se, depois, em autocarro até à
aldeia de Zimão, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, onde ouviram as
histórias de quem perdeu bens para as chamas.À
pergunta o que falhou no combate aos incêndios, Luís Montenegro
respondeu que o Governo vai “fazer uma avaliação rigorosa”, repetindo o
anúncio feito depois de um conselho de ministros presidido pelo
Presidente da República.O primeiro-ministro lembrou que houve “muitas ocorrências ao mesmo tempo em muitos pontos do território”. “Nós
tivemos que definir prioridades e foram definidas tendo por principal
objetivo, em primeiro lugar, defender a vida das pessoas, em segundo
lugar defender o património das pessoas e, por isso, é que mesmo aqui
nesta aldeia, tirando a infelicidade das duas casas que arderam, é
notória a preocupação que houve de garantir aqui que as casas eram
salvaguardadas”, frisou.Tal como em outros
concelhos afetados, também a presidente da Câmara de Vila Pouca de
Aguiar, Ana Rita Dias, se queixou na falta de meios terrestres e aéreos
para combater os quatro fogos que deflagram no dia 16, em pontos
distintos, e queimaram cerca de 10 mil hectares até serem dados como
extintos no da 19 de setembro.Luís
Montenegro disse ter falado na altura com a autarca, recusou tirar
conclusões precipitadas sobre o que se passou no terreno e salientou que
o país não tem “um avião para estar em cada freguesia”.“Não
atirem essas atoardas para o ar, pode ter havido falhas, eu não estou a
dizer que não, pode ter havido falhas e pode ter havido mão criminosa.
Nós vamos tentar perceber tudo, o que falhou, se falhou, na estrutura de
combate, nas decisões que foram tomadas, e vamos tentar perceber o
alcance daquilo que falhou antes, para não voltarmos a ter isso
repetido”, frisou.E continuou: “Agora, temos que fazer isto com sentido de responsabilidade por um lado e com sentido de lucidez e bom senso”.Sobre
a investigação às causas dos incêndios, o chefe do Governo recordou ter
dito que “foi muito estranho haver 125 ignições numa noite”.“E
o que eu disse é que o Governo e o país têm a obrigação moral de saber
tudo aquilo que pode estar por trás disso e mantenho. Eu vou fazer,
como primeiro-ministro, um esforço grande para que haja investigações
que levam à deteção e condenação de todos os responsáveis pelo
incêndios, se eles acontecerem”, sublinhou.Acrescentou:
- “Se dizer isto ofende assim tanta gente, olhe eu vou-lhe dizer uma
coisa a mim tranquiliza-me o espírito e a alma. Chego a casa à noite e
durmo mais descansado se o meu Governo estiver a combater o crime, seja
ele qual for”.Neste périplo pela áreas
ardidas, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro estão acompanhados
pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, da
Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e do secretário de
Estado da Proteção Civil, Paulo Ribeiro.