PM japonês preocupado com algumas posições isolacionistas nos EUA
11 de abr. de 2024, 18:44
— Lusa
No
âmbito da sua visita de Estado aos Estados Unidos, que já incluiu um
encontro como o Presidente norte-americano, Joe Biden, Kishida
dirigiu-se hoje às duas câmaras do Congresso durante uma sessão solene.Segundo
a agência noticiosa EFE, o discurso do governante nipónico incluiu
referências veladas à ala mais radical dos republicanos, apoiantes do
antigo presidente e o provável candidato presidencial do Partido
Republicano Donald Trump, que defendem a suspensão da ajuda militar à
Ucrânia.Kishida elogiou ainda a liderança
de décadas dos Estados Unidos da América (EUA) na formação da ordem
liberal internacional, lamentando, porém, "uma corrente subjacente de
dúvidas entre alguns norte-americanos sobre qual deve ser o seu papel no
mundo"."Estas dúvidas estão a surgir numa
altura em que o mundo se encontra num ponto de viragem", alertou o
político japonês, que afirmou que "a liberdade e a democracia estão em
risco em todo o mundo".Qualificando as
atividades militares da China no Indo-Pacífico como "o maior desafio à
paz e à segurança não só do Japão, mas de toda a comunidade
internacional", Kishida ainda alertou para as ações dos norte-coreanos
que, além de apoiarem a invasão russa na Ucrânia, protagonizam o "perigo
iminente" de uma escalada nuclear na Ásia.“A
Ucrânia de hoje poderá ser a Ásia Oriental de amanhã", argumentou o
nipónico para quem "a liderança dos Estados Unidos é indispensável".Nesta
ocasião, ofereceu o apoio do Japão para trabalhar lado a lado para
"dissuadir a agressão e garantir a paz" e recordou que o seu governo
está a implementar um forte aumento do orçamento militar.Sob o aplauso de quase todos os congressistas, Kishida prometeu que "o Japão continuará a apoiar a Ucrânia".A
administração Biden optou por uma aliança mais estreita com o Japão e a
Coreia do Sul, face à crescente influência da China no Indo-Pacífico e
às ameaças do regime de Pyongyang.Na
quarta-feira, Biden e Kishida anunciaram a maior reformulação, em 65
anos, da aliança militar entre os países, nesta que é a primeira visita
de Estado de um dirigente japonês em nove anos.Por
sua vez, e numa reação ao encontro entre Biden e Kishida, Pequim acusou
hoje os Estados Unidos e o Japão de "difamar e atacar a China".