PM finlandesa espera que processo de ratificação seja concluído em breve
NATO
13 de set. de 2022, 15:56
— Lusa/AO Online
Questionada em Estrasburgo sobre se receia que o Presidente turco, Recep
Tayyip Erdogan, coloque entraves ao processo de adesão da Finlândia e da
Suécia, países que acusou de acolherem “terroristas”, Sanna Marin disse
não ter qualquer informação nesse sentido e manifestou-se convicta de
que o processo poderá ser concluído rapidamente. “Estamos
naturalmente a falar regularmente com a Turquia sobre as questões que
eles levantaram e a trabalhar com base nos princípios que acordámos”,
disse a líder finlandesa, numa conferência de imprensa em Estrasburgo
após ter discursado perante o Parlamento Europeu. A
Turquia foi o único Estado-membro da NATO a manifestar inicialmente
oposição à adesão dos dois países nórdicos, acusando-os de acolherem
pessoas com ligações ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e
às Unidades de Proteção Popular (YPG), o movimento curdo da Síria, e
ainda suspeitos de envolvimento no fracassado golpe de Estado na Turquia
em 2016.Contudo, os três países assinaram
um memorando trilateral durante a cimeira da NATO de junho em Madrid no
qual a Turquia forneceu o acordo preliminar à entrada de Estocolmo e
Helsínquia, em troca de uma cooperação na “luta contra o terrorismo”.Na sequência deste acordo, a Turquia afirmou ter solicitado a extradição de 12 suspeitos da Finlândia e de 21 da Suécia.“Não
quero especular, não temos informação de que haja qualquer problema.
Esperamos que o processo de ratificação prossiga sem sobressaltos e
rapidamente”, afirmou a primeira-ministra finlandesa.Até
ao momento, 24 países membros da Aliança Atlântica já ratificaram a
adesão de Suécia e Finlândia, restando seis: Portugal, que o fará já na
próxima sexta-feira, Grécia, Hungria, Eslováquia, Espanha e Turquia.Na
sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, a
Suécia e a Finlândia – dois países tradicionalmente neutros – entregaram
um pedido de adesão à NATO em 28 de maio.Hoje,
no seu discurso no hemiciclo de Estrasburgo, Sanna Marin sublinhou a
necessidade de a União Europeia (UE) se manter unida no apoio à Ucrânia,
face à “chantagem” da Rússia, que está a utilizar o fornecimento de gás
como uma arma de guerra.“A Rússia não
pode ganhar a guerra e não permitiremos que tal aconteça. Esta semana
ouvimos as grandes notícias sobre o sucesso das forças ucranianas contra
o brutal exército russo. Mas a nossa ajuda vai continuar a ser
necessária durante muito tempo. Os europeus têm de permanecer
comprometidos com este esforço”, disse. “Enquanto
líderes, temos de construir e reconstruir essa unidade permanentemente.
O inverno vai ser difícil. Vemos os altos preços da energia já a
provocarem divisões e a inflação está a atingir as sociedades europeias.
Mas não temos realmente outra escolha que não seja mantermo-nos
unidos”, exortou.