PM espanhol e líder independentista catalão falam pela primeira vez deste há um ano
17 de dez. de 2019, 17:09
— Lusa/AO Online
Para
Pedro Sánchez, que também é secretário-geral do PSOE (Partido
Socialista Operário Espanhol), esse encontro só se poderá realizar
depois de o novo Governo tomar posse, o que ainda não se sabe quando irá
acontecer.O rei de Espanha, Felipe VI,
convidou na semana passada Pedro Sánchez para tentar formar Governo, mas
ainda sem os apoios suficientes, o socialista anunciou três rondas de
conversações.A primeira delas entre ele e
os representantes máximos do PP (Partido Popular, direita) e do Cidadãos
(direita liberal); uma outra com os presidentes das comunidades
autonómicas; e finalmente, da líder parlamentar do PSOE, Adriana Lastra,
com formações de natureza pró-independência, nacionalista e
regionalista representadas no parlamento.Na
segunda-feira Sánchez reuniu-se com Pablo Casado (PP) e Inés Arrimadas
(Cidadãos), e hoje começou a falar ao telefone com os dirigentes máximos
das regiões espanholas.O primeiro a
receber a sua chamada telefónica foi o presidente da comunidade autónoma
do País Basco, Ínigo Urkullu, que aceitou o compromisso de reforçar o
quadro do diálogo territorial e avançar na transferência de competências
já acordada.Pedro Sánchez falou em
seguida com Quim Torra e os dois concordaram em organizar uma reunião,
que o socialista fez depender da existência de um novo executivo, ou
seja, da sua investidura como chefe do Governo.O candidato a primeiro-ministro pretende realizar o mesmo tipo de reuniões com cada um dos presidentes regionais.Segundo
fontes do governo da Catalunha citadas pela agência Efe, o líder
independentista Quim Torra sublinhou, na conversa com Sánchez, o seu
empenhamento no exercício do direito à autodeterminação da região e no
fim da "repressão", bem como na liberdade dos políticos catalães
detidos.Sánchez respondeu que a Espanha é
"um Estado social e democrático de Direito " e que defende "plenamente" a
independência da Justiça, segundo fontes do Governo espanhol citadas
pela Efe.O PSOE já tem desde meados de
novembro com o Unidas Podemos (extrema-esquerda), a quarta maior força
política, um pré-acordo de Governo, que aguarda agora o resultado das
negociações que estão a ter para que a ERC (Esquerda Republicana da
Catalunha, independentista) se abstenha na votação de investidura e
permita assim a formação do novo executivo.As
negociações entre o PSOE e a ERC arrastam-se há várias semanas, sendo
muito pouco provável que o novo executivo tome posse antes do fim do
ano, como os socialistas gostariam.A ERC
afirma que não tem pressas e faz depender a sua abstenção a uma série de
exigências, entre elas a criação de uma “mesa de conversações” entre os
Governos de Espanha e o da região autónoma, onde se possa falar também
da questão da autodeterminação da Catalunha.Na
consulta eleitoral de 10 de novembro último, para o Congresso dos
Deputados, o PSOE teve 28,0% dos votos (120 deputados), seguidos pelo PP
com 20,8% (88), o Vox (extrema-direita) com 15,1% (52), o Unidas
Podemos com 12,8% (35), e o Cidadãos com 6,8% (10), ERC com 3,6% (13),
com os restantes votos divididos por outros partidos regionais.