PM diz que dinheiro do PRR tem que ser usado com "responsabilidade" e "eficiência”
18 de nov. de 2022, 14:14
— Lusa/AO Online
“A
nossa responsabilidade é que possamos utilizar cada cêntimo [do PRR]
com toda a transparência, toda a responsabilidade e com a máxima
eficiência de que cada cêntimo aplicado se transforma mesmo naquilo que
são os objetivos fixados, neste caso, vencer a exclusão, combater a
pobreza, e termos comunidades com maior coesão social”, afirmou António
Costa, no Porto, a discursar na apresentação do Plano de Ação para as
Comunidades Desfavorecidas da Área Metropolitana do Porto (AMP).O
líder do executivo lembrou alguns dos objetivos do PRR, salientando o
seu caráter único: “Este é um grande desafio da sociedade e é um desafio
para o qual ninguém nos perdoará se nós não conseguirmos cumprir”,
começou por dizer.“Porque os PT2030, vão
continuar a existir, como até agora houve o PT2020. Agora, aquilo que
não vai voltar a existir é este programa de natureza excecional,
irrepetível, que é o PRR, esse foi possível criar numa situação
dramática e única, como aquela que enfrentamos com a covid, esperamos
não voltar enfrentar uma outra situação tão dramática e que não haja
oportunidade para uma novo PRR”, explicou. Como
é sabido, o conjunto do Plano de Cooperação e Resiliência tem um
objetivo fundamental apoiarmos na dupla transição energética e digital.Mas
foi desde logo compreendido que esses processos de transição não podiam
deixar ninguém para trás e para isso havia uma componente muito
importante a introduzir no PRR, que era enfrentar as vulnerabilidades
mais estruturais que existem na nossa comunidade.Ainda
sobre o PRR, António Costa lembrou que no distrito do Porto há “já um
total de candidaturas aprovadas para 12.310 entidades ou pessoas, num
valor total de 839 milhões de euros, sendo que “267 milhões [de euros]
têm a ver com um conjunto de investimentos que respondem às
vulnerabilidades”.Entre os projetos
aprovados, o primeiro-ministro destacou “13 projetos que dizem respeito a
cuidados de saúde primários, cinco novos centros de saúde, dois
projetos relativos a unidades de cuidados continuados integrados (…),
187 para novas respostas nas áreas ou equipamentos nas áreas sociais, 21
projetos diversos na área da habitação”.António
Costa salientou ainda a “ambição coletiva” que é o combate à pobreza e a
importância do aumento do salário mínimo nesse combate.“Entre
2015 e 2019, 700.000 pessoas tinham saído da pobreza. Infelizmente, a
crise de vida implicou uma regressão significativa e a crise que hoje
vivemos, com inflação e inflação brutal causada pela guerra desenvolvida
pela Rússia contra a Ucrânia, em particular, não tem facilitado essa
recuperação, mas mesmo assim, a taxa de pobreza ou exclusão social está
hoje 4% abaixo do que tínhamos em 2015 e há menos 430.000 pessoas em
situação de pobreza do que os que estavam em 2015”, afirmou.Segundo
o líder do Governo, o limiar de pobreza “está já 31% acima daquilo que
era o limiar de pobreza em 2015”, limiar aquele que “vai crescer”, e
“vai ser também mais exigente”.“Isso
significa que a nossa ação vai ter que ser ainda mais determinada,
porque há pessoas que hoje, estatisticamente, estão acima do limiar de
pobreza e que, pelo mero evoluir do rendimento geral da sociedade, vão
estatisticamente estar abaixo”, disse.“É
por isso que é fundamental continuarmos a aumentar de uma forma
sustentada e progressiva, o salário mínimo nacional, é por isso que é
tão importante o acordo de médio prazo que foi assinado em sede de
concertação social para garantir que todos na produção pública ou no
setor privado vão ter um crescimento do rendimento real acima daquilo
que é o crescimento da inflação. Ao longo destes anos e assim também
diminuir o risco de pobreza por via da melhoria do rendimento”,
concluiu.Elaborado no âmbito do PRR, o
Plano de Ação para as Comunidades Desfavorecidas será materializado em
seis intervenções de natureza territorial e de escala supraconcelhia,
que visam promover o desenvolvimento social e económico, e um eixo
metropolitano com foco na inovação, capacitação, participação e
envolvimento das comunidades. À AMP, em
articulação com os 17 municípios e com a Estrutura de Missão Recuperar
Portugal, entre outros, caberá assegurar a gestão da implementação das
intervenções, o seu acompanhamento, monitorização, controlo, auditoria e
avaliação, entre outras obrigações para regular e efetivar a
implementação dos investimentos.