PM disponível para “aproximar posições” ao PS mas avisa que aprovação “não é favor ao Governo”
4 de set. de 2024, 11:58
— Lusa/AO Online
À
entrada para um encontro com militantes do PSD/Lisboa, no âmbito da
recandidatura à liderança da presidência do partido, Luís Montenegro foi
questionado sobre as condições enunciadas pelo secretário-geral do PS,
Pedro Nuno Santos, que disse que “nunca viabilizará um Orçamento de
Estado que inclua ou tenha como pressuposto os regimes para o IRS e IRC
que deram entrada na Assembleia da República”.Sem
se pronunciar sobre medidas concretas, o presidente do PSD e
recandidato ao cargo assegurou que o Governo irá entregar “todas as
informações que forem necessárias e que estiverem disponíveis para que
os partidos políticos possam também eles formar a sua posição e as suas
propostas para o Orçamento do Estado”, outra exigência do PS. “Nós
temos abertura para trabalhar respeitando aquilo que são as regras do
jogo e que o secretário-geral do PS enunciou com muita clareza. O PS tem
com certeza as suas opiniões, que entende não querer ferir, mas
respeita que a linha governativa é a linha do Governo. Se o PS se
quisesse substituir ao Governo, tinha que apresentar na Assembleia da
República uma solução governativa alternativa, que foi o que fez, por
exemplo, em 2015, numa altura em que, como em 2024, perdeu as eleições”,
defendeu.Questionado sobre o cenário de
rejeição do Orçamento, reiterou que o Governo está “empenhado em
dialogar com todos os partidos políticos para poder ter condições de ter
um orçamento aprovado”.“Porquê? Porque um
orçamento aprovado não é um favor que se faz ao Governo”, disse,
frisando que a viabilização do documento permite cumprir “os objetivos
exigentes” do PRR e concretizar os acordos de valorização remuneratória
com professores, forças de segurança, guardas prisionais, Forças
Armadas, funcionários judiciais e que disse também querer estabelecer
com os médicos, com os enfermeiros, bem como melhorar os serviços
públicos.“O Estado a que a saúde chegou,
que a educação chegou, que a política pública de habitação chegou,
precisa de um Governo em plenitude de funções e de um orçamento aprovado
na Assembleia da República. Cada um tem de assumir a sua
responsabilidade para responder perante quem? Não é perante o
primeiro-ministro, não é perante os partidos uns com os outros, é
perante os portugueses”, disse.Do lado do
PSD e do Governo, assegurou, o país pode contar com “disponibilidade
para aproximar posições a bem de Portugal”, dizendo que “as portas estão
abertas para a negociação e foram abertas pelo Governo”, e repetiu que
“nas próximas semanas” o executivo voltará a marcar reuniões “com todos
os partidos com representação parlamentar”.A
sessão com os militantes do PSD/Lisboa, onde estiveram nomes como o
presidente da Câmara Municipal de Cascais Carlos Carreiras ou o antigo
assessor de Passos Coelho Miguel Morgado, acabou por ser fechada à
comunicação social.