PM da Finlândia vai deixar liderança social-democrata após derrota eleitoral
5 de abr. de 2023, 10:24
— Lusa/AO Online
O
SDP elegeu mais três deputados do que em 2019, mas ficou em terceiro
lugar, com 19,9 por cento dos votos, atrás dos conservadores da
Coligação Nacional (20,8%) e do Partido dos Finlandeses (20,1%,
extrema-direita).“Cheguei à conclusão de
que não me candidatarei a outro mandato como líder do SDP no próximo
congresso em setembro”, disse Marin numa conferência de imprensa no
parlamento, em Helsínquia, citada pela agência francesa AFP.Marin, 37 anos, disse que continuará como deputada, mas que outro líder será eleito no próximo congresso do partido.“Agora,
é altura de me juntar novamente às fileiras e abandonar o cargo de
presidente do partido”, disse Marin, segundo o jornal finlandês Yle.Marin
disse também que apresentará a demissão do governo na quinta-feira,
cabendo ao líder dos conservadores, Petteri Orpo, formar um novo
executivo.Orpo anunciou na terça-feira que
quer iniciar conversações com todos os partidos sobre a formação de uma
coligação governamental.Marin disse que pretende representar o SDP nessas conversações e que o seu partido “está pronto para o Governo”.“Somos
negociadores duros, mas como partido somos capazes de colaborar e
assumimos a responsabilidade governamental muitas vezes na história
finlandesa”, afirmou, segundo o Yle.Avisou,
no entanto, que o SDP não está disponível para integrar um executivo
que pretende realizar cortes orçamentais de seis mil milhões de euros
nos próximos quatro anos, como anunciou Orpo durante a campanha
eleitoral.“Isto não seria de forma alguma compatível com o nosso programa eleitoral”, justificou.Marin
excluiu a possibilidade de vir a ser ministra no caso de o SDP
participar no Governo dos conservadores e que não lhe foi oferecido um
cargo internacional, pretendendo continuar como deputada.Admitiu
também que o próximo Governo da Finlândia poderá ser de direita,
alegando que a Coligação Nacional e o Partido dos Finlandeses se
aproximaram mesmo antes dos debates eleitorais, ainda segundo o Yle.Referindo-se
à “grande honra” de liderar o Governo nos últimos três anos e meio, a
mulher que se tornou uma figura internacional reconhecida durante o seu
mandato também confidenciou ter vivido “tempos excecionalmente
difíceis”.“Devo admitir francamente que a
minha própria resistência foi testada durante estes anos”, afirmou na
conferência de imprensa no parlamento, em Helsínquia.As
eleições que ditaram o afastamento de Sanna Marin ocorreram dois antes
de a Finlândia se tornar o 31.º membro da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (NATO).Abandonando a
posição de décadas de não integraram alianças militares, a Finlândia e a
Suécia pediram a adesão à NATO em maio de 2022, cerca de três depois de
a Rússia ter invadido a Ucrânia.A adesão da Suécia está ainda pendente da ratificação da Turquia e Hungria.