PM britânico quer compromissos sobre vacinas e apoio a países e desenvolvimento
G7
11 de jun. de 2021, 10:54
— Lusa/AO Online
Num
texto publicado sobre os objetivos para a reunião de líderes
internacionais, que vai decorrer até domingo em Carbis Bay, na
Cornualha, sudoeste de Inglaterra, no âmbito da presidência rotativa do
grupo a cargo do Reino Unido, Boris Johnson propõe uma “agenda para a
recuperação mundial”. “Quero que o G7
adote uma meta exigente, mas profundamente necessária: fornecer mil
milhões de doses aos países em desenvolvimento para vacinar todas as
pessoas do mundo até o final do ano que vem”, propõe.Os
Estados Unidos já avançaram com a promessa de 500 milhões de doses, 200
milhões das quais até ao final de 2021, e o Reino Unido com 100
milhões, das quais 20 milhões ainda este ano. A
Organização Mundial da Saúde estima serem necessárias 11 mil milhões de
doses para vacinar 70% da população mundial e travar a pandemia
covid-19.Atualmente, só 12% da população
mundial foi imunizada com uma dose, mas alguns países com maior acesso
às vacinas estão mais avançados do que outros. Ainda
no âmbito do G7, Johnson quer dos líderes internacionais um impulso
para aumentar a resiliência da saúde mundial, acelerando o
desenvolvimento de vacinas, tratamentos e testes contra novos vírus de
300 a 100 dias."Precisamos de fortalecer a
nossa capacidade coletiva de prevenir outra pandemia e dar um alerta
imediato para ameaças futuras, incluindo a criação de uma rede de
centros de vigilância - um Radar Pandémico Internacional”, adianta.O
chefe do Executivo britânico alude ao impacto que esta pandemia teve na
educação nos países em desenvolvimento, sobretudo de raparigas, muitas
das quais corem o risco de não regressar à escola. “A
nossa meta comum deve ser conseguir mais 40 milhões de raparigas na
escola até 2025. Vou pedir ao G7 e aos nossos convidados que contribuam
mais para a meta da Parceria Global para a Educação de recolher cinco
mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros) para escolas no mundo
em desenvolvimento”, prometeu.Por fim,
quer unir os líderes dos países mais industrializados numa "revolução
industrial verde”, promovendo a recuperação económica da crise pandémica
e combater as alterações climáticas, e assim reduzir para metade as
emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e assim limitar o
aumento das temperaturas globais a 1,5 graus centígrados.A
cimeira do G7 decorre entre hoje e domingo, juntando presencialmente,
pela primeira vez em dois anos, dirigentes dos países do G7 (Alemanha,
Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e da União
Europeia. Sob a presidência do Reino
Unido, para esta edição foram convidados o Secretário-geral da ONU,
António Guterres, e os líderes da Austrália, África do Sul, Coreia do
Sul e Índia, mas este último vai intervir por videoconferência.A
maioria dos participantes chega hoje à região, com a primeira sessão
plenária, intitulada “Reconstruir Melhor da Covid-19”, prevista para
começar às 14:30 horas. À noite, os
líderes mundiais vão encontrar-se com o Príncipe Carlos, herdeiro do
trono e ambientalista ativo, seguindo-se uma receção com a Rainha Isabel
II, Príncipe Carlos e a mulher, Camilla, e os Duques de Cambridge,
William e Kate. Os trabalhos serão
retomados no sábado, com sessões dedicadas à economia, política externa e
saúde, concluindo no domingo com discussões sobre o ambiente. Várias
reuniões bilaterais são esperadas à margem, nomeadamente entre a União
Europeia e o Reino Undo para discutir as divergências relacionadas com a
aplicação na Irlanda do Norte do acordo para o Brexit. A
publicação do comunicado final e conferências de imprensa de conclusão
da Cimeira estão previstas para o início da tarde de domingo.