PM britânico preconiza desconfinamento “cauteloso, mas irreversível”
Covid-19
15 de fev. de 2021, 15:20
— Lusa/AO Online
"Temos que ser
muito prudentes e o que queremos ver é um progresso cauteloso, mas
irreversível, e penso que é isso que a população e as pessoas de todo o
país vão querer ver”, disse, durante uma visita ao Orpington Health and
Wellbeing Centre, no sudeste de Londres.Johnson
está sob pressão para definir um calendário para o levantamento de
restrições, tendo um grupo de deputados do Partido Conservador urgido o
executivo a comprometer-se uma reabertura completa da economia e
sociedade em maio, após a vacinação de todas as pessoas com mais de 50
anos, como está previsto. O setor da
aviação e turismo também quer que o Governo reabra as fronteiras para
turistas e permita aos britânicos fazer férias no estrangeiro a partir
de maio, alegando estarem em risco 2,4 milhões de empregos, segundo uma
campanha chamada SOS Save Our Summer [Salvem o Nosso Verão] lançada
hoje. Mas o primeiro-ministro reiterou que quer reduzir ainda mais o número de infeções, que nos últimos
sete dias registaram uma média diária de 13.200 casos, e admitiu que
poderá ser necessário prolongar o confinamento para algumas atividades. "Se
for possível, determinaremos datas", prometeu Boris Johnson, a
propósito do roteiro para o desconfinamento que vai apresentar dentro de
uma semana, a 22 de fevereiro, o qual deverá começar pela reabertura
das escolas a partir de 08 de março.O
plano dirá respeito a Inglaterra, já que os governos autónomos da
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte determinam as regras nas
respetivas regiões. Depois de alcançar a
meta de vacinar 15 milhões de pessoas dos quatro grupos prioritários,
nomeadamente maiores de 70 anos, pessoas clinicamente vulneráveis e
profissionais de saúde ou trabalhadores de lares de idosos, as
autoridades de Saúde vão agora começar a imunizar maiores entre 65 e 69
anos.Entretanto, para evitar a importação
de casos com novas variantes com mutações contra as quais as vacinas
possam ser menos eficazes, o Reino Unido começou hoje um regime de
quarentena controlado, em que os viajantes de 33 países do sul de África
e da América do Sul terão de passar, às suas custas, 10 dias em hotéis
determinados pelas autoridades. A lista
inclui Portugal, o único país europeu, Brasil, Angola e Moçambique,
enquanto que viajantes de outros países podem continuar a cumprir a
quarentena na sua própria residência, mas na Escócia todas as chegadas
internacionais estão sujeitas a este regime de quarentena controlada.Os
pacotes têm de ser reservados com antecedência pelos passageiros num
portal do Governo e custam 1.750 libras (cerca de 2.000 euros), e
incluem transporte para os hotéis, refeições e dois testes adicionais,
ao segundo e oitavo dia da quarentena."À
medida que este vírus mortal evolui, as nossas defesas devem evoluir. Já
tomámos medidas duras para limitar a propagação, proteger as pessoas e
salvar vidas”, justificou o ministro da Saúde, Matt Hancock.