PM britânico arrependido de ter nomeado ministro que se demitiu
9 de nov. de 2022, 16:03
— Lusa/AO Online
“Obviamente
lamento ter nomeado alguém que teve de se demitir nestas
circunstâncias, mas penso que os britânicos ficam a saber que, quando
situações como esta surgirem, serão tratadas adequadamente”, disse o
líder conservador durante o debate semanal no parlamento.Em
resposta a questões do líder do Partido Trabalhista (principal força da
oposição), Keir Starmer, Sunak reconheceu que “evidentemente, o
comportamento sobre o qual foram feitas queixas é inaceitável”."Para que conste, não tinha conhecimento de nenhuma das queixas em específico”, vincou.Starmer
descreveu Williamson como um "rufia patético” que "nunca se safaria se
pessoas como o primeiro-ministro não lhe entregassem o poder”,
salientando que esta fraqueza mostra de Sunak “não tem qualquer hipótese
de fazer frente a interesses instalados em nome dos trabalhadores".Gavin
Williamson anunciou a demissão do Governo britânico na terça-feira à
noite após a publicação de novas alegações de intimidação.Na
carta de renúncia, rejeitou "a descrição” das alegações, mas reconheceu
que estas estavam a tornar-se “uma distração para o bom trabalho que
este Governo está a fazer”.Em causa estão
notícias de que um antigo funcionário público queixou-se de que Gavin
Williamson, quando detinha a pasta da Defesa (2017-2019), lhe disse para
"cortar a garganta" e "saltar da janela” numa reunião com outros
colegas.Estas alegações juntam-se a
relatos de deputados do Partido Conservador de outros episódios de
intimidação e linguagem agressiva, nomeadamente quando foi responsável
pela disciplina da bancada parlamentar.Esta
foi a terceira vez que Gavin Williamson foi forçado a demitir-se,
depois de ter sido despedido de ministro da Defesa por Theresa May em
2019 por alegada fuga de informação e novamente de ministro da Educação
por Boris Johnson em 2021 durante uma remodelação governamental.A
demissão surge no meio de críticas de que Sunak não cumpriu a promessa
de fazer da integridade um foco central do Governo quando tomou posse há
duas semanas. A oposição tem insistido
repetidamente na demissão da ministra do Interior, Suella Braverman, que
Sunak reconduziu apenas seis dias após a representante ter apresentado
um pedido de demissão por violação das regras de conduta ministerial.