PM britânico afirma apoio à polícia face a protestos violentos após crime de Southport

2 de ago. de 2024, 12:09 — Lusa/AO Online

"Vimos gangues de bandidos nas ruas de Southport, atacando os mesmos agentes da polícia que intervieram após o terrível ataque àquelas raparigas", afirmou Keir Starmer no início de uma reunião com agentes da polícia, que tinha convocado. "Este governo vai garantir que têm todos os poderes necessários", afirmou.Para o líder do executivo britânico, "isto não são manifestações, são desordens violentas".Numa conferência de imprensa, Starmer disse que o encontro com os responsáveis da polícia não pretendeu "apontar o dedo da culpa", mas antes destinou-se "a concertar a resposta, quer a este desafio imediato, que é claramente motivado pelo ódio da extrema-direita, mas também a qualquer desordem violenta que surja, qualquer que seja a sua aparente causa ou motivação"."Não fazemos distinção. Crime é crime", sublinhou.O primeiro-ministro anunciou a criação de uma "capacidade nacional em todas as forças policiais para combater os distúrbios violentos"."Estes bandidos têm mobilidade, deslocam-se de comunidade para comunidade e devemos ter uma resposta da polícia que possa fazer o mesmo", disse, referindo como medidas a partilha de informações, a maior utilização de reconhecimento facial e iniciativas para restringir os movimentos - "exatamente como fazemos com os 'hooligans' do futebol", exemplificou.Starmer deixou ainda um aviso às grandes plataformas de redes sociais."A desordem violenta é claramente impulsionada online. E é também um crime, que está a acontecer nas vossas instalações", disse, lembrando que "a lei deve ser cumprida em todo o lado"."Tomaremos todas as medidas necessárias para manter as ruas seguras", garantiu. Um jovem de 17 anos, nascido no Reino Unido e filho de ruandeses, matou três meninas, incluindo a filha de um casal de madeirenses, num ataque durante uma aula de dança num centro educativo em Southport. Dez outras pessoas ficaram feridas, incluindo cinco crianças e dois adultos, que estão em estado crítico.Após o ataque, eclodiram os primeiros confrontos na cidade de Southport, atribuídos pela polícia a manifestantes de extrema-direita que atacaram uma mesquita.Anteriormente, tinham-se espalhado rumores nas redes sociais sobre a identidade e a religião do suspeito.Os protestos estenderam-se a Londres, com distúrbios perto do parlamento e da residência oficial do primeiro-ministro britânico, tendo a polícia detido mais de 100 pessoas. Mais de cinco dezenas de agentes policiais ficaram feridos, segundo as autoridades. A manifestação na capital, sob o lema "Enough is Enough" ("Já Basta"), foi promovida e organizada por membros da extrema-direita britânica após o crime de Southport.