PM britânica promete manter-se em funções e conduzir processo de saída da UE
15 de nov. de 2018, 19:04
— Lusa/AO online
Numa conferência de imprensa na residência oficial, em Downing Street, Theresa May negou a intenção de demitir-se. "Liderança
é saber tomar as decisões certas, não as mais fáceis. Como
primeira-ministra, o meu trabalho é trazer de volta um acordo que
concretize o voto do povo britânico. Eu acredito que este é um acordo
que é do interesse nacional e vou levar o processo até ao fim", afirmou.
O governo
aprovou na quarta-feira de forma "coletiva", mas sem unanimidade, o
rascunho de acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, após um
conselho de ministros que se prolongou por cinco horas. Além
de uma solução para garantir que não é imposta uma fronteira física
entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, garante os direitos
dos cidadãos europeus no Reino Unido e britânicos na Europa, a
compensação financeira e um período de transição até ao final de 2020. Dois
ministros, Dominic Raab e Esther McVey, e vários outros membros, de
segunda linha, do governo, demitiram-se hoje em desagrado com o texto. Entretanto,
pelo menos dois deputados, incluindo o influente eurocético, Jacob
Rees-Mogg, deram conta de que subscreveram uma moção de censura interna à
líder do partido Conservador."Lamentavelmente,
o projeto de acordo de saída apresentado hoje no parlamento revelou-se
pior do que o previsto e não cumpre as promessas feitas ao país pela
primeira-ministra, seja por conta própria ou em nome de todos nós no
programa do Partido Conservador", justificou Rees-Mogg.Mas
a primeira-ministra garante que a sua posição "sempre foi colocar o
interesse nacional em primeiro lugar, não um interesse partidário" e
recusou condenar os colegas com opiniões diferentes."Eles
devem fazer o que acreditam ser certo, assim como eu. Lamento que
tenham escolhido deixar o governo e agradeço-lhes pelo serviço prestado.
Mas acredito que, com cada fibra do meu ser, o caminho que estabeleci é
o certo para o nosso país e para todo o nosso povo", afirmou.Questionada
sobre a probabilidade de o acordo ser chumbado no parlamento britânico,
onde tem de ser aprovado, reiterou que vai continuar a tentar negociar o
melhor acordo possível e desafiou os deputados a analisar o acordo. "Terão
de considerar os votos do povo britânico para deixar a União Europeia e
o nosso dever de cumprir esse voto. E, claro, eles serão
responsabilizados pelos seus eleitores pelas decisões que tomarem",
avisou.