Plataforma para Direitos das Mulheres defende que sem combate à violência não há liberdade
11 de dez. de 2023, 09:55
— Lusa/AO Online
Em comunicado, a
PpDM adianta que termina a Campanha dos 16 dias pelo Fim da
Violência! – 25 de novembro – 10 de dezembro, que arrancou exatamente no
Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e
defende que seja criada uma diretiva europeia específica de combate à
violência contra as mulheres que aborde a problemática da violação. Para
isso, a PpDM vai levar a cabo duas iniciativas, entre a criação de uma
Petição por uma Diretiva Europeia sobre a Violência e uma carta aberta,
subscrita por advogados e juristas, pela inclusão do crime de violação
na diretiva.“Este é um flagelo global: Em
toda a União Europeia, uma em cada três mulheres foi vítima de violência
física e/ou sexual desde os 15 anos de idade. Uma em cada dez foi
vítima de alguma forma de violência sexual e uma em cada vinte foi
violada”, refere o organismo.A PpDM
aproveita para defender que “não pode haver liberdade,
igualdade e justiça sem erradicar a violência contra as mulheres”.“A
violência contra as mulheres e as raparigas perturba a paz, a
estabilidade, a coesão e a segurança nas famílias e nas comunidades.
Enfraquece ou impede a garantia consistente dos direitos das mulheres,
de todas as mulheres. Constitui um obstáculo adicional ao pleno
desenvolvimento das capacidades das mulheres em todos os domínios,
nomeadamente na vida profissional e cívica”, refere o coletivo.Aponta
que tem igualmente custos financeiros para a sociedade, tanto ao nível
da saúde, como da educação, proteção social, justiça ou produtividade,
“impedindo a economia de atingir o seu pleno potencial”.Acrescenta
que cálculos feitos pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género
(EIGE), em 2021, estimaram os custos da violência em Portugal em oito
mil milhões de euros por ano.Lembra ainda
que no dia 25 de novembro, a PpDM apresentou o manifesto “Quanto é que
Portugal se preocupa em acabar com a violência masculina contra as
mulheres e raparigas”, subscrito por mais de 240 pessoas e organizações,
apelando aos partidos políticos para que incluam o combate à violência
contra as mulheres nos seus programas eleitorais para as eleições
legislativas de março de 2024. “Este
flagelo tem de ser uma prioridade nacional para as políticas públicas.
As mulheres são mais de metade do eleitorado português e as suas
prioridades têm de ser ouvidas. A Plataforma Portuguesa para os Direitos
das Mulheres apela a que se invista fortemente no apoio às organizações
de defesa dos direitos das mulheres, cuja ação no terreno tem sido
fulcral na prevenção e no combate à violência masculina contra as
mulheres em Portugal”, lê-se no comunicado.