Plataforma de Apoio a Refugiados já acolheu 726 pessoas

12 de ago. de 2019, 17:31 — Lusa/AO Online

"726 pessoas é um número pequenino, se pensarmos que estão dispersas por diferentes comunidades e regiões [do país]. É um número que não custa a acolher e, portanto, a Europa tinha capacidade - se não fosse esta recusa de alguns países - de acolher muitos mais", disse a diretora da OCPM, uma das entidades fundadoras da plataforma, que falava numa conferência de imprensa, no Santuário de Fátima, onde começa esta segunda-feira a Peregrinação Internacional de agosto, que integra também a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado.Eugénia Quaresma sublinhou ainda que este número ajuda também "a combater a lógica do discurso da invasão" de refugiados na Europa.Questionada sobre a necessidade de as migrações serem debatidas aquando do arranque da campanha das eleições legislativas, Eugénia Quaresma considerou que é importante esse assunto estar na agenda dos partidos políticos, "mas também da parte de quem os elege"."É preciso combater os medos", defendeu a diretora da OCPM.A atual configuração do Parlamento Europeu e a posição do Governo italiano relativamente aos refugiados também preocupam Eugénia Quaresma, salientando que é necessário uma resolução "conjunta e colaborativa" para esta questão. "Temos que olhar para as migrações como algo que faz parte da vida da humanidade", vincou, frisando que, se hoje uns são refugiados, "amanhã poderemos ser nós".A Peregrinação Internacional de agosto arranca hoje e termina na terça-feira, com as celebrações a serem presididas pelo cardeal canadiano Marc Ouellet. Segundo o Santuário de Fátima, estão inscritos 50 grupos de peregrinos de diferentes países, como Vietname, Senegal, Polónia, Malásia, Argentina ou Alemanha.Na peregrinação de agosto de 2018, estima-se que tenham marcado presença cerca de 150 mil peregrinos.