Planos para fuga radioativa "são uma nova mentira de Kiev"
22 de jun. de 2023, 11:41
— Lusa/AO Online
“Esta
é uma nova mentira. Acabámos de entrar em contacto com a Agência
Internacional de Energia Atómica” (AIEA), disse o porta-voz do Kremlin
(presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.A
reação de Peskov surgiu poucas horas depois de o Presidente ucraniano,
Volodymyr Zelensky, ter acusado a Rússia de preparar um “ataque
terrorista” envolvendo uma fuga radioativa na central nuclear de
Zaporijia, ocupada pelas tropas russas. Zelensky
disse que as informações foram obtidas pelos serviços secretos
ucranianas e que as transmitiu aos dirigentes de vários países,
incluindo China, Brasil e Índia, e de organizações internacionais.“Eles prepararam tudo para o efeito”, afirmou Zelensky numa mensagem divulgada na rede social Telegram.O
diretor da AIEA, Rafael Grossi, visitou a central de Zaporijia na
semana passada, na sequência da destruição da barragem de Kakhovka,
também sob controlo russo.A destruição da
barragem no rio Dniepre, em 06 de junho, suscitou preocupações quanto à
sustentabilidade do reservatório utilizado para arrefecer os seis
reatores da central de Zaporijia.Na visita
realizada em 15 de junho, Grossi descreveu a situação na central
provocada pela destruição da barragem como grave, mas em vias de
estabilização.A Ucrânia acusou a Rússia de
ter feito explodir a barragem para abrandar a contraofensiva que tinha
lançado no sul do país e Moscovo responsabilizou Kiev pela explosão.A
central de Zaporijia, a maior da Europa, está no centro da guerra
lançada pela Rússia contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O
complexo caiu nas mãos do exército russo em 04 de março de 2022, foi
alvo de disparos e desligada da rede elétrica em várias ocasiões.De acordo com Kiev, a Rússia colocou tropas e armas nas instalações da central.A Ucrânia tem quatro centrais nucleares com um total de 15 reatores, seis dos quais em Zaporijia.Os
combates em torno da central de Zaporijia têm levado a AIEA a alertar
para o perigo de um acidente catastrófico num país que registou, em
1986, o pior desastre nuclear do género na central de Chernobyl.