Plano regional é “atitude preventiva” para problema dos sem-abrigo
28 de jul. de 2025, 16:02
— Lusa/AO Online
“Dificilmente vamos conseguir erradicar este
problema. Aquilo que nós queremos, para já, é ter uma ação, uma atitude
preventiva, […] tendo em conta aquilo que têm sido os outros planos,
quer o plano regional para a inclusão social e cidadania e o próprio
programa para combate às dependências, a prevenção é a chave”, disse
Mónica Seidi aos jornalistas. Segundo a
governante, na abordagem do problema das pessoas sem-abrigo “é
necessário que haja uma identificação e uma sinalização”.“Isso
também está previsto [no plano], através dos gestores de casa e da
própria plataforma, que foi criada a nível nacional e que foi replicada
na região pelo Instituto da Segurança Social dos Açores”, adiantou.Ainda
de acordo com Mónica Seidi, a plataforma vai permitir “conhecer melhor
este público em especial e, sempre que haja uma pessoa em situação ou em
risco de sem-abrigo, com a sua introdução na plataforma todos os
intervenientes terão acesso a conhecer essa pessoa e a conseguir
canalizar as respostas e direcionar aquilo que melhor se adequa à
situação da pessoa”.Pois, acrescentou, “não têm todos as mesmas condições” e tem de existir “uma resposta diferenciada conforme o tipo de problema”.O
PRIPSSA, que tem como objetivo reduzir o número de casos na região, foi
hoje apresentado na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta
Delgada, na ilha de São Miguel, e assentou num estudo técnico prévio,
que foi solicitado pelo Governo Regional à Norma Açores.Mónica
Seidi referiu que o estudo da Norma Açores concluiu que, anualmente, o
Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “apoia as instituições que lidam com
este tipo de público com valores de 3,3 milhões de euros”.O
plano, que pretende reduzir o número de pessoas em situação de
sem-abrigo no arquipélago dos Açores, mobiliza entidades públicas e
privadas da região e tem como eixos estratégicos a intervenção,
prevenção das situações de risco e gestão de recursos, o alojamento e
habitação, o acompanhamento e reabilitação, inserção social e
conhecimento e a comunicação e participação social.“Numa
primeira fase, penso que permite existir, efetivamente, uma
reorganização de todos os parceiros e uma melhor articulação para que
possamos congregar ou concentrar os esforços em diferentes respostas,
mas haver aqui uma articulação e não haver a tal duplicação”, referiu
Mónica Seidi.O PRIPSSA vai ficar
disponível ‘online’, para recolher contributos, prevendo-se que a versão
final possa estar concluída em setembro, para que seja depois aprovado
em Conselho de Governo.O estudo elaborado
pela Norma Açores apontou, relativamente a 2023, a existência de 386
pessoas sem-abrigo nos Açores, sendo a maior prevalência na ilha de São
Miguel (66% dos casos) e na ilha Terceira (20,2%).O
problema afeta, em maior número, pessoas com idades entre 30 e 59 anos e
as principais causas estão relacionadas com o consumo de substâncias
psicoativas e consumo abusivo de álcool.