Plano Nacional das Artes estende-se a cinco freguesias de São Miguel
3 de fev. de 2020, 16:53
— Lusa/AO Online
Para tal, foi assinado esta segunda-feira um protocolo entre a direção regional da Cultura/Museu
Carlos Machado, em Ponta Delgada, e a Comissão Executiva do Plano
Nacional das Artes, que permite a extensão do programa tutelado pelos
Ministérios da Cultura e da Educação ao arquipélago através do projeto
“De Fenais a Fenais: Cultura Matriz do Desenvolvimento Local”, que irá
decorrer entre 2020 e 2024.O projeto “De
Fenais a Fenais” será implementado e desenvolvido até 2022, num espaço
geográfico considerado pelo Governo dos Açores como de "intervenção
prioritária no combate à pobreza e exclusão social, abrangendo as
freguesias de Fenais da Luz, Rabo de Peixe, Maia e Fenais da Ajuda",
situadas na zona norte de São Miguel, e "envolvendo diretamente nas suas
ações aproximadamente 600 pessoas" e "indiretamente 4.500 de diferentes
grupos etários".O objetivo, segundo
divulgado na assinatura dos protocolos, "é a construção conjunta de um
projeto que tenha o património e as artes como matriz do desenvolvimento
local, reforçando, por um lado, os processos locais de identificação,
defesa e salvaguarda do património imaterial e material e, por outro,
que reconheça o papel da criatividade e da inovação, através das artes e
dos ofícios locais".Nas freguesias em
causa serão realizadas um conjunto de ações-piloto que "facilitem e
contribuam para a emergência da criação artística, para a capacitação de
agentes educativos e culturais, para a inclusão educativa e social pela
cultura, para a identificação de artistas e comparticipação financeira
do seu trabalho e para organização de eventos culturais comunitários".O
projeto terá um modelo de intervenção tendo em conta as medidas
inscritas no Plano Nacional das Artes, nomeadamente os eixos política
cultural, pensamento e formação e ainda educação e acesso, em "interação
ativa" com os museus e bibliotecas de concelho e de ilha e ainda em
articulação com o Centro de Arte Contemporânea da Ribeira Grande.Entre
as várias ações que poderão emergir estão, por exemplo, a construção
dos projetos culturais de escola, com especial destaque para as escolas
básicas e secundárias de Rabo de Peixe e da Maia e implementação
naqueles estabelecimentos de ensino dos projetos artista residente, ou
ainda a organização do Festival Bienal do projeto “De Fenais a Fenais”.Serão ainda realizadas oficinas de formação e criativas e residências sobre património e arte, entre outras ações.O
diretor do Museu Carlos Machado, sublinhou que o projeto “De Fenais a
Fenais” traduz "a vontade expressa" da instituição "enquanto museu de
território de criar relações entre o património e as artes" com "os seus
públicos e as suas comunidades"."É um
projeto novo em termos de políticas culturais", sublinhou Duarte Melo,
salientando que "a cultura é fundamental para se combater a pobreza".O
Comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, realçou
por seu turno que “todos os agentes são fundamentais para educar na
sociedade”.Segundo o responsável, o
trabalho do Museu Carlos Machado "inspirou em muito aquilo que é o Plano
Nacional das Artes, criado "há um ano" para "criar estruturas que
permitam compreender a centralidade da cultura na vida das pessoas".Já
o secretário regional da Educação e Cultura do Governo dos Açores
realçou que "a aposta na escola e na cultura constituem o melhor
investimento no futuro", assinalando projetos em curso do executivo
açoriano, como o ProSucesso, o Plano Integrado de Promoção do Sucesso
Escolar ou ainda o investimento na rede de creches e amas, na
escolarização e na implementação da estratégia regional de combate à
pobreza.Avelino Meneses lembrou ainda a
missão dos educadores e da escola no "apoio às crianças, jovens e
adolescentes na transição para a vida adulta".