Plano estratégico da PAC em consulta pública a partir de segunda-feira
9 de nov. de 2021, 12:17
— Lusa/AO Online
“A partir de
segunda-feira e até 06 de dezembro temos a segunda consulta pública do
PEPAC”, avançou a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, numa
audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar. De
acordo com a governante, já foram realizadas perto de 50 reuniões de
auscultação dos agentes da fileira para a construção deste plano. O
primeiro documento, no âmbito da reforma da Política Agrícola Comum
(PAC), foi apresentado à Comissão Europeia em junho de 2018, sendo que
só em novembro de 2020 começaram as negociações, entre a presidência
alemã e o Parlamento Europeu. A 28 de
junho do corrente ano, durante a presidência portuguesa do Conselho da
União Europeia, o Parlamento, a Comissão e o Conselho Europeu chegaram a
acordo. O PEPAC está agora a ser
concluído e tem que ser apresentado à Comissão Europeia até ao final do
ano, estando a sua implementação agendada para janeiro de 2023.Sobre
este documento, Maria do Céu Antunes adiantou que, pela primeira vez, o
primeiro (pagamentos diretos) e segundo (desenvolvimento rural) pilares
da PAC são juntos, englobando também todas as regiões dentro de cada
Estado-membro. “Há maior subsidiariedade.
Temos maior independência para desenharmos as nossas medidas. No
entanto, temos um conjunto de medidas comuns que não podemos deixar de
cumprir”, ressalvou. Por outro lado,
verifica-se uma “maior ambição climática”, com os regimes ecológicos a
serem incluídos no primeiro pilar desta política. Acresce
a isto uma dimensão social “para promover boas práticas e penalizar
quem não cumprir as “condições de dignidade em relação aos trabalhadores
e atividade agrícola”.De acordo com a
titular da pasta da Agricultura, pelo menos, 25% do primeiro pilar da
PAC será alocado aos regimes ecológicos e 35% do segundo pilar será
destinado ao ambiente e clima, incluindo as medidas agroambientais de
investimento e bem estar animal. No total, serão destinados 175 milhões de euros por ano aos regimes ecológicos.Maria
do Céu Antunes garantiu ainda que a pequena e média agricultura vai ser
discriminada positivamente, representando cerca de 135 milhões de euros
anuais.“É uma reforma difícil, se fosse
fácil já em 2018 alguém a tinha feito. Estamos convictos de que, não
sendo fácil, temos à disposição dos agricultores um instrumento que vai
fazer a diferença, sem deixar ninguém para trás”, considerou.