Plano de transição climática exige 2,4 biliões de dólares por ano
2 de fev. de 2024, 21:00
— Lusa
“O Grupo
de Especialistas de Alto Nível sobre Financiamento Climático calcula que
sejam necessários 2,4 biliões de dólares (2,2 biliões de euros)
anualmente para investimento em energias renováveis, adaptação e outras
questões relacionadas com o clima nos países em desenvolvimento,
excluindo a China”, referiu Simon Stiell, apelando para um trabalho
conjunto num plano de transição climática.Falando
na Universidade ADA em Baku, cidade no Azerbaijão que vai receber a
29.ª conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP29)
em novembro deste ano, o responsável sublinhou que sem muito mais
financiamento, as conquistas climáticas desaparecerão rapidamente.“Precisamos
de torrentes e não gotas de financiamento”, salientou Stiell,
acrescentando que o investimento na transição climática é “essencial
para construir confiança” e alcançar compromissos mais ambiciosos.Insistindo
na redução das emissões de gases com efeito de estufa e no
desenvolvimento da resiliência climática, Stiell notou que 2023 foi o
ano mais quente da história por larga margem e alertou que será
necessário um “esforço olímpico” nos próximos dois anos para avançar até
onde o planeta precisa de estar em 2030 e 2050.“Na
verdade, as ações que tomarmos nos próximos dois anos determinarão
quanta destruição causada pelo clima poderemos evitar nas próximas duas
décadas e além disso”, disse.Na COP28,
realizada em finais de 2023 no Dubai, os países acordaram “fazer a
transição” dos combustíveis fósseis e triplicar a capacidade das
energias renováveis até 2030, mas não se registaram progressos no
desbloquear de fundos financeiros para os países em desenvolvimento,
principal ponto de discórdia nas negociações climáticas a nível mundial.Os
países devem definir até à COP30, no Brasil em 2025, uma revisão
ambiciosa das suas metas nacionais de redução de emissões a serem
alcançadas até 2035.A maioria não tem
conseguido cumprir os seus objetivos de descarbonização, que já eram
insuficientes para se conseguir limitar o aquecimento global a 1,5°C
acima dos valores médios da época pré-industrial.Apesar dos progressos, as emissões mundiais ainda não começaram a diminuir de forma sustentável.