Plano de reestruturação das pescas está a ser feito com consulta do setor
15 de out. de 2024, 14:37
— Lusa/AO Online
“O XIV Governo Regional dos
Açores [PSD/CDS-PP/PPM] tomou a decisão de intensificar e alargar o
processo de consulta do setor para uma reestruturação sustentada e tanto
quanto possível de longo prazo”, disse Mário Rui Pinho.O
governante, que falava na Assembleia Legislativa Regional, na
Horta, no arranque do plenário deste mês, num debate de urgência sobre o
setor das pescas pedido pelo PS, explicou que a tutela decidiu
consultar o setor “no sentido de desenvolver um processo participativo”.O
Governo Regional “não propõe qualquer solução para o problema, mas
procura consensos entre os diferentes parceiros para soluções
eficientes”, assegurou.“Que fique claro.
Não é o Governo [açoriano] a propor, é o setor. A estratégia para a
reestruturação do setor das pescas está a ser definida numa perspetiva e
numa base horizontal”, vincou.Mário Rui
Pinho lembrou que o setor da pesca na região enfrenta desafios
importantes, mas também existe “um conjunto de potencialidades e
oportunidades que devem ser avaliadas para uma gestão sustentável da
atividade”.O governante adiantou que o
executivo regional já promoveu sete reuniões participativas e
“sustentadas numa visão bem definida”, que passa por “desenvolver um
setor da pesca nos Açores que seja sustentável, eficiente e competitivo,
garantindo a exploração sustentável dos recursos marinhos e o
equilíbrio socioeconómico e ambiental”.O
processo participativo determinou medidas para reestruturar e modernizar
o setor como “a renovação da frota e o seu ajuste ao uso sustentável
dos recursos disponíveis, a adoção de um controlo, monitorização e
fiscalização mais eficazes, baseados em meios de deteção remota e em
protocolos de cooperação”, entre outras.“Mas,
sejamos claros e honestos. Considerando a natureza do ecossistema do
mar dos Açores, fragmentado e profundo, e considerando o conhecimento
científico disponível deste ecossistema, qualquer plano estratégico para
a reestruturação do setor deve prever políticas precaucionárias e
adaptativas”, alertou Mário Rui Pinho.Mário
Rui Pinho observou ainda que, “num setor tão dinâmico e imprevisível,
onde as abundâncias dos recursos dependem de diversas variáveis, importa
clarificar que um plano de reestruturação e modernização do setor das
pescas não é estanque e não é absoluto, ou seja, requer avaliações e
revisões adaptadas à realidade”.Disse
também que nos últimos 10 anos a região teve dois planos de
reestruturação do setor (2015 e 2018), “que abordavam temáticas que,
incrivelmente, correspondem às fragilidades que hoje a oposição [PS]
aponta como responsabilidade deste Governo Regional”. “Apresentaram
medidas - algumas por implementar - para renovar a frota, para aumentar
o controlo e a fiscalização da pesca, para dinamizar a mobilidade dos
pescadores e para aumentar o rendimento dos pescadores. Abateram-se
embarcações, sem que tivesse sido desenvolvido um plano de abates”,
indicou.Depois de garantir que o atual
compromisso “não é com o passado”, Mário Rui Pinho vincou que a
motivação passa pela “possibilidade de desenvolver um Plano de
Reestruturação e Modernização do Setor das Pescas que determine uma
visão a seguir num próximo quadro comunitário de apoio ao setor para a
região ou que influencie a valorização” do pescado e o aumento dos
rendimentos dos profissionais. “Estamos
cientes do desafio que é encontrar o equilíbrio e promover um plano
perfeito, mas a nossa determinação e compromisso com este setor e com os
envolvidos não nos permite encontrar outra forma de trabalhar e de
atuar, que não a disponibilidade para encontrar soluções alternativas de
gestão de recursos, de renovação e adaptação da frota, do aumento da
monitorização e fiscalização do setor, de aposta na literacia e na
capacitação dos profissionais do setor, da valorização dos nossos
recursos”, disse.