Plano de recuperação de aprendizagens apresentado nos próximos 15 dias
5 de jul. de 2024, 17:22
— Lusa/AO Online
“Nós
vamos, em breve, anunciar um programa de recuperação das aprendizagens,
precisamente porque sabemos que esses efeitos [da pandemia] são
persistentes. Por isso, temos que atuar sobre eles e tentar recuperar o
máximo das aprendizagens perdidas”, referiu.À
margem da inauguração da UC Factory Lab, uma unidade da Universidade de
Coimbra que reproduz o ambiente de uma fábrica moderna, o governante
informou que o plano de recuperação de aprendizagens para os ensinos
básico e secundário será dado a conhecer “nos próximos 15 dias”. De
acordo com Fernando Alexandre, os resultados hoje conhecidos do estudo
“As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a
covid-19: Impacto na equidade”, promovido pelo Edulog, o 'think tank'
para a Educação da Fundação Belmiro de Azevedo, demonstram os “efeitos
muito negativos” da pandemia na área da educação.“Os
resultados desse estudo mostram que esses efeitos se estão a sentir no
ensino superior. Ou seja, os alunos que, em particular no ensino
secundário, tiveram perdas de aprendizagem no período da pandemia, estão
hoje a ser mais afetados pelo fenómeno do insucesso escolar”,
sustentou.O estudo hoje divulgado apontou
que o número de estudantes no ensino superior aumentou durante a
pandemia de covid-19 fruto das regras excecionais de acesso, mas foram
“mais dos mesmos” e os grupos tradicionalmente excluídos continuaram de
fora.O mesmo estudo concluiu ainda que a
maioria dos estudantes do ensino profissional não vê mais-valias em
tirar cursos superiores e, no ano letivo 2021/2022, só 22% dos
diplomados dessa via de ensino prosseguiu os estudos.“A
opção de seguir os estudos por uma via que não conduzirá
necessariamente ao ensino superior e que, ao mesmo tempo, capacita os
estudantes para entrarem no mercado de trabalho, é um sinal positivo”,
considerou Fernando Alexandre.No entender
do governante, o facto de cerca de 80% dos alunos do ensino profissional
não acederem ao ensino superior demonstra que “a sua empregabilidade no
final do secundário é mais elevada”. “Por
isso, copo cheio, copo vazio: há aqui uma parte também de copo cheio,
que é o facto de uma parte significativa não estar a aceder ao um ensino
superior porque o ensino profissional capacita as pessoas para uma boa
integração no mercado de trabalho”, concluiu.