PJ usada em campanha de burla massiva e com recurso a inteligência artificial
3 de set. de 2024, 11:46
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa realizada na sede da PJ, em Lisboa, o
coordenador de investigação criminal José Ribeiro, da Unidade Nacional
de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica (UNC3T), destacou o
recurso de redes criminosas estrangeiras a técnicas de inteligência
artificial para a difusão desta campanha, que já resultou “num número
incomum de queixas” junto da instituição.“Neste
momento, a nossa preocupação reside numa campanha atual em que foram
difundidas de forma massiva milhares de chamadas telefónicas e que tem
resultado num número incomum de queixas. Só no ultimo fim de semana
recebemos mais de uma centena”, afirmou o responsável, assegurando que a
PJ está a “trabalhar em conjunto com as operadoras” para identificar
estas técnicas de ‘spoofing’ (falsificação de identidade para obter
dados).De acordo com José Ribeiro, a PJ já
abriu aproximadamente 2.000 inquéritos desde o início do ano
relacionados com diversos tipos de burlas informáticas, como as
campanhas ‘olá pai, olá mãe’, mas sublinhou a evolução nestes esquemas
criminosos e garantiu que a PJ já desenvolveu “algumas técnicas de como
identificar ameaças”, mas assumiu que “é complicado antecipar
comportamentos” nesta matéria.“A
preocupação com estas técnicas é a forma massiva como as campanhas são
difundidas e conseguem ter contacto direto com as vítimas, numa
abordagem quase individualizada. Estão a desenvolver padrões
individualizados de ataque e de burla, fazem análise de perfil e com
recurso a inteligência artificial. Neste momento, desenvolvem técnicas
direcionadas e este caso é assustador, porque vai trazer-nos
dificuldades acrescidas”, frisou.