PJ ultrapassou barreira dos 2.000 investigadores e baixou média de idades para 40 anos
15 de fev. de 2024, 18:33
— Lusa
Luís Neves
falava na cerimónia do 45.º Curso de Formação de Inspetores da Polícia
Judiciária (PJ) que decorreu na sede da PJ, em Lisboa, com a entrega de
diplomas e crachás aos 84 inspetores que concluíram o curso com
aproveitamento."Em junho de 2018, quando
iniciei funções como diretor nacional, a investigação criminal contava,
no seu quadro, com 968 investigadores a nível nacional com uma média de
idades quase a tocar os 50 anos. Hoje já passámos largamente a barreira
dos 2.000 (2.045) investigadores contando já com os 636 investigadores,
provenientes do ex-SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras], que
estamos faseadamente a integrar no nosso quadro entre 2023 e 2026",
referiu. Paralelamente, adiantou Luís
Neves, o planeamento tem vindo a permitir que a PJ entre 2022 e 2026
recrute 750 trabalhadores para a carreira da investigação criminal e de
250 trabalhadores para a carreira de especialista da polícia científica,
especializados nas áreas informática e digital, contabilística e
financeira, áreas forenses que integram o Laboratório de Polícia
Científica e informacional.Quanto ao
reforço dos 84 inspetores que hoje prestaram juramento, o diretor
nacional da PJ frisou que se apostou "no recrutamento pela diversidade,
nomeadamente académico", mencionando que os novos inspetores "são
oriundos de 23 licenciaturas diferentes, sendo somente um terço
licenciado em Direito". Sublinhou ainda
que 27% dos 87 novos inspetores contam já com uma experiência relevante
em outro órgão de polícia criminal o que, acentuou, "permite um olhar
mais nítido sobre o que é a natureza na missão da PJ e dos outros
`players´ no sistema de segurança interna e a necessidade fulcral de
colaboração" no combate e investigação.Em
causa estão crimes como corrupção, crimes contra as pessoas, tráfico (de
estupefacientes, de armas, pessoas e veículos), terrorismo, imigração
ilegal, cibercrime, raptos, sequestros, criminalidade violenta e crimes
contra a segurança do Estado e contra a propriedade, entre outros."O
combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira constitui a
máxima prioridade e preocupação e consequentemente alvo do maior
investimento que a PJ jamais fez nesta área tanto em recrutamento de
recursos humanos especializados como em equipamentos e formação. Sem
conhecimentos em contratação pública, direito bancário, direito do
urbanismo, direito fiscal, direito económico europeu, fundos europeus,
‘off shores’ é impossível conduzir uma investigação a bom porto",
indicou Luís Neves, abordando ainda as especificidades dos restantes
crimes que merecem a maior atenção policial.A
finalizar, o diretor nacional da PJ lembrou aos novos inspetores os
principais pilares da instituição, incluindo o conhecimento, a coragem e
a integridade, apelando ainda à atuação em conformidade com o direito e
no respeito dos direitos fundamentais, mormente das pessoas suspeitas,
detidos ou vítimas.Os 84 novos inspetores
tem idades entre os 23 e os 39 anos e irão agora ser colocados nas
várias unidades da PJ, reforçando a capacitação desta polícia na
investigação criminal. A maioria dos novos elementos são licenciados em
Direito, Criminologia, Ciências Forenses e Criminais e Ciências
Militares na Especialidade de Segurança. Em
termos geográficos, 45 são da zona de Lisboa, nove são do Porto e oito
são de Braga. Os restantes vêm dos Açores, Aveiro, Bragança, Castelo
Branco, Guarda, Leiria, Madeira, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e
Viseu.O curso iniciou-se a 22 de maio de
2023 no Instituto de Polícia Judiciária e Ciências Criminais e
concluiu-se a 31 de janeiro de 2024.