PJ e autoridades espanholas detêm 54 pessoas por fraudes a idosos
2 de jul. de 2024, 10:52
— Lusa/AO Online
Numa nota divulgada na Internet, a
agência europeia de polícias indicou que a operação decorreu em toda a
Península Ibérica no passado dia 04 de junho, com a participação da PJ,
em representação de Portugal, e da Polícia Nacional espanhola e dos
Mossos d’Esquadra, por Espanha, tendo sido efetuadas 19 rusgas, que
resultaram na apreensão de provas físicas e digitais dos crimes.Quarenta suspeitos foram detidos em Espanha e três estão detidos em Portugal e aguardam extradição para Espanha.Segundo
a Europol, as fraudes assentavam num esquema de chamadas telefónicas
fraudulentas e engenharia social, uma técnica de manipulação psicológica
para a execução de ações que são depois exploradas pelos suspeitos a
seu favor para desviar dinheiro das vítimas.“Um
dos principais alvos foi apanhado em flagrante e preso quando a polícia
entrou em casa, ele estava sentado em frente ao seu computador com os
dados bancários de uma das suas vítimas no ecrã. Além de recolherem
computadores, telemóveis, cartões SIM e congelarem contas bancárias, os
agentes no local também encontraram cannabis e cocaína nas instalações
revistadas”, pode ler-se no comunicado.Alguns
idosos perderam as suas poupanças de toda a vida e vários foram
coagidos a entregar o dinheiro à porta de casa, depois de uma primeira
tática de chamadas fraudulentas (vishing), com a rede criminosa a visar
sistematicamente cidadãos espanhóis idosos.“Depois
de extrair algumas informações básicas, o impostor partilhava-as com
outros membros da rede criminosa que apareciam à porta das vítimas.
Pressionando as vítimas com táticas de medo e engenharia social, os
burlões apoderavam-se dos cartões de pagamento ou de crédito e extraíam o
PIN e os dados bancários. Em alguns casos, os criminosos também
forçavam a entrada nas casas das vítimas, roubando dinheiro e objetos de
valor”, referiu a Europol.O dinheiro
desviado foi depositado em diversas contas bancárias espanholas e
portuguesas e os membros desta rede procuraram dissimular a origem
ilícita dos fundos através de uma “extensa rede de mulas de dinheiro”.