PJ deteve oito pessoas após buscas na zona centro e sul do país

Tancos

17 de dez. de 2018, 11:37 — Lusa/AO Online

Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) adianta que esta operação decorre de um inquérito na qual se investigam as circunstâncias em que ocorreu o furto de material de guerra, entre a noite do dia 27 e a madrugada do dia 28 de junho de 2017, no Paiol de Tancos.Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes. Fonte da PJ disse à agência Lusa que os oito detidos são todos civis e que serão presentes na terça-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça.Na operação com o nome “Operação Húbris II” participaram três magistrados do Ministério Público e 85 investigadores e o inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). O Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, que conta com a colaboração de diversas unidades da PJ. O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017.O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do MP e da PJ, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.Entre os detidos está o diretor da PJM e um civil (que já foi militar), principal suspeito da prática do furto, encontrando-se ambos em prisão preventiva, num caso que levou à demissão de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa e cujas implicações políticas levaram à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que ainda não começou com as audições.Em setembro, após a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada “Operação Húbris”, que levou às detenções, foi anunciada pelo CDS a comissão de inquérito, aprovada apenas com a abstenção do PCP e do PEV.A comissão tem o prazo de 180 dias, até maio de 2019, prorrogável por mais 90, para chegar a conclusões.A comissão de inquérito ao furto de material de militar de Tancos vai reunir-se duas vezes por semana e começa as audições às 63 personalidades em janeiro.