Pinto Balsemão alerta para desafio de manter democracia “viva e atuante”
2 de set. de 2021, 18:12
— Lusa/AO Online
“O que se nota, como pano de
fundo, é uma falta de crença na representatividade do sistema, incluindo
os partidos e as próprias eleições. Mas, até agora, não surge
alternativa”, referiu, na homenagem promovida pelo primeiro-ministro em
São Bento para assinalar os 40 anos do VII Governo Constitucional, o
segundo da Aliança Democrática (AD) (PSD, CDS e PPM), e que foi liderado
por Pinto Balsemão.Na sua intervenção, o
militante número 1 do PSD centrou-se em duas causas que têm sido
centrais no seu pensamento: a defesa do papel “cada vez mais relevante”
dos meios de comunicação social e a necessidade de encontrar “caminhos
novos” para o exercício da democracia. “Sei
que, como estamos, com a democracia que temos no presente, não
conseguiremos transpô-la, adaptá-la, mantê-la viva e atuante no futuro”,
alertou.Para o antigo primeiro-ministro, é
essencial que as decisões que podem salvar e dinamizar a sociedade
“sejam tomadas a tempo e, sobretudo, executadas sem atrasos nem desvios
pseudo-justificados pelos conservadores de todos os quadrantes, por
desculpas formais e adiamentos mesquinhos”.“Pensemos,
por exemplo, nas eternas e suicidariamente adiadas revisões da lei
eleitoral portuguesa”, afirmou, poucas semanas depois de o PSD ter
apresentado uma nova proposta sobre esta matéria.Com
o líder do PSD, Rui Rio, na primeira fila, Pinto Balsemão referiu-se na
sua intervenção a outro social-democrata, que assistiu à homenagem na
última fila, o eurodeputado Paulo Rangel, citando o seu pensamento sobre
a forma como a tecnologia obriga a repensar a democracia liberal.No
capítulo dedicado aos media, Balsemão deu um exemplo ligado ao antigo
primeiro-ministro socialista José Sócrates para demonstrar a importância
da credibilidade da informação.“A
história da licenciatura de José Sócrates esteve uma semana num site,
mas só foi notícia depois de publicada no Público e no Expresso”,
referiu.