Pilotos defendem garantias para trabalhadores e interesse regional na privatização da Azores Airlines
10 de out. de 2025, 17:56
— Lusa/AO Online
Em
comunicado de imprensa, o SPAC manifesta preocupação com o futuro da
empresa do Grupo SATA e alerta para as consequências de um eventual
insucesso da venda da Azores Airlines, cuja privatização está a ser
negociada com o consórcio Newtour/MS Aviation.“Os
pilotos são responsáveis e estão genuinamente preocupados com o futuro
da empresa e com as consequências que um eventual insucesso da venda
pode ter para os trabalhadores, para a população açoriana e para a
economia regional. O que rejeitamos é a aparente ‘chantagem’ de
condicionar a apresentação da proposta a cortes prévios nas condições de
trabalho”, afirma o vice-presidente do SPAC, Frederico Saraiva de
Almeida, citado no comunicado.O sindicato
assinala um conjunto de princípios para o processo de privatização da
Azores Airlines, entre os quais a exigência de que
qualquer proposta vinculativa seja apresentada sem pré-condições
laborais.“Quem quer e pode comprar
apresenta proposta; só depois, com comprador definido e mandato dos
associados, o SPAC discute o que for necessário, com dados, metas e
escrutínio”, lê-se no comunicado.Os
pilotos entendem também que, “antes de se pedirem sacrifícios, é
indispensável aplicar medidas de gestão que corrijam ineficiências e
reforcem a capacidade operacional da empresa”.O
SPAC garante que está disponível para “estudar soluções transitórias,
condicionais e auditadas, transversais a toda a empresa e sem afetar a
retribuição base do Acordo de Empresa, soluções que serão sempre
sujeitas à assembleia de associados”.Admite
que após a apresentação de proposta vinculativa, poderão ser procurados
"entendimentos de princípio antes da venda, condicionados à lei e à
aprovação em assembleia de associados".Outro
ponto da posição sindical é a valorização do diálogo com os
trabalhadores da Azores Airlines, que faz as ligações de e para fora do
arquipélago dos Açores.A estrutura alerta
ainda para “um padrão de ruído informativo que aparenta servir
interesses ocultos contrários à privatização, minando a confiança
pública no processo”, como notícias que "insinuavam o afastamento de
responsáveis do consórcio, contraditadas por intervenções públicas
posteriores de um dos seus líderes, em que sublinha a necessidade de
entendimento com os trabalhadores"."O SPAC
mantém, como até aqui, as portas abertas ao diálogo e apela a que cada
interveniente cumpra o seu papel: que o comprador finalize a proposta, o
acionista delibere sobre o seu mérito e a administração implemente as
medidas de gestão transitórias necessárias", defende o sindicato,
assegurando que "fará a sua parte" com vista a "soluções sustentáveis"
para a Azores Airlines e para a "dignidade profissional dos pilotos".