Pilar europeu na NATO é "indispensável” para “Europa de defesa” ser credível
31 de mai. de 2023, 17:22
— Lusa/AO Online
"No
futuro, cabe-nos a nós, europeus, ter a nossa própria capacidade de nos
defendermos e de gerirmos os nossos vizinhos", afirmou Emmanuel Macron
no fórum Globsec, que decorre em Bratislava, Eslováquia, na véspera de
uma cimeira da Comunidade Política Europeia em Chisinau, Moldova, que
vai reunir 47 países.Criada em 2022 com
base numa ideia do chefe de Estado francês, divulgada num discurso no
Dia da Europa em maio do ano passado, a Comunidade Política Europeia é
uma plataforma de diálogo político e cooperação para questões de
interesse comum e reforço da segurança, da estabilidade e da
prosperidade do continente europeu, não substituindo contudo qualquer
organização, estrutura ou processo existente."A
nossa geografia não vai mudar. (…) A Rússia vai continuar a ser a
Rússia, com as mesmas fronteiras. (…) Temos de construir um espaço que
nos permita viver juntos da forma mais pacífica, sem qualquer
ingenuidade, com a Rússia de amanhã", defendeu.Macron,
que em 2019 disse que a NATO estava em “morte cerebral”, frisou que o
Presidente russo, Vladimir Putin, ao invadir a Ucrânia, a 24 de
fevereiro de 2022, acabou por acordar a Aliança “com um choque
elétrico”."Temos agora de ajudar a Ucrânia
de todas as formas possíveis a levar a cabo uma contraofensiva eficaz.
Isso é essencial. É o que estamos a fazer. Temos de o intensificar
porque o que está em jogo nos próximos meses é a própria possibilidade
de uma paz escolhida e, portanto, duradoura", acrescentou o chefe de
Estado francês.Mantendo a Ucrânia como
pano de fundo, Macron sublinhou, nesse sentido, que o Ocidente deve dar
"garantias de segurança tangíveis e credíveis” a Kiev, sendo "muito mais
ambicioso" do que até agora."Este será o tema das discussões coletivas nas próximas semanas", até à cimeira da NATO em Vilnius, em julho, acrescentou.Para
o Presidente francês, a Ucrânia "protege hoje a Europa" e está "tão bem
armada" que é do interesse do Ocidente "que tenha garantias de
segurança credíveis connosco num quadro multilateral".Na
mesma intervenção, Macron apelou também à União Europeia (UE) para
repensar a sua governação e "inventar vários formatos" para responder às
aspirações de adesão dos países da Europa de Leste e dos Balcãs."Esta
é a única forma de responder às expectativas legítimas dos Balcãs
Ocidentais, da Moldova e da Ucrânia, que devem aderir à União Europeia, e
de manter a eficácia geopolítica", declarou.