Pichardo gostava de ver Portugal conquistar “10 medalhas” nos Jogos Olímpicos
18 de ago. de 2024, 12:00
— Lusa/AO Online
“Gostaria
de desfrutar, quando for mais velho, de estar sentado em casa e ver que
Portugal trouxe seis, oito, 10 medalhas”, disse o vice-campeão
olímpico, à margem de uma homenagem de que foi alvo pela Câmara
Municipal de Setúbal.Reiterando que “é
necessário apoio das entidades, do desporto escolar, dos clubes e do
Governo”, Pichardo vincou que as ‘reclamações’ que tem feito “nos
últimos tempos” têm como objetivo conseguir “mais apoio para os atletas
de alta competição”.Se isso acontecer, “é
possível” que o país consiga a quantidade de medalhas que vaticinou e o
ciclismo de pista é uma prova disso, após a medalha de prata conquistada
por Iuri Leitão no omnium e do ouro conquistado pelo mesmo ciclista, em
parceria com Rui Olveira, no madison.“Ficou
demonstrado agora nos Jogos Olímpicos, com o ciclismo. Eles não tinham
pista, fizeram uma há pouco tempo e está aí o resultado: tiveram duas
medalhas. Temos talento em Portugal, precisamos do apoio do Governo, dos
clubes, das associações e do povo”, apelou o campeão olímpico do triplo
em Tóquio2020 e ‘vice’ em Paris2024.No
mesmo sentido, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA)
concordou que Portugal tem “população e dimensão” para conquistar “mais
medalhas” do que as quatro que trouxe de Paris2024.“Não
tenho dúvidas nenhumas de que o limite de medalhas para Portugal não
são quatro medalhas por Jogos [Olímpicos]”, disse Jorge Vieira à agência
Lusa, aludindo à repetição na capital francesa do recorde de ‘metais’
arrecadados em Tóquio2020.Segundo o
dirigente, as suas palavras não constituem qualquer tipo de “crítica”
aos “resultados que o desporto português está a atingir”, sendo, isso
sim, “um sinal de esperança em relação ao futuro”.“Temos
potencial, temos população, temos capacidade e talento para termos
melhores resultados e para termos mais medalhas a nível olímpico,
mundial e europeu”, vincou Jorge Vieira.Questionado
sobre o que falta, então, para atingir esses resultados, o presidente
da FPA lembrou que é preciso “trabalhar muito mais e melhor a base da
pirâmide” desportiva em Portugal.“Hoje
temos um sistema de apoio para os atletas que estão em preparação
olímpica com muito boas condições. Estamos muito bem no topo da
pirâmide, mas o problema são os alicerces. Aí há que trabalhar muito,
investir muito e haver políticas públicas muito claras que têm sido
adiadas sucessivamente, Governo após Governo”, apontou.