PGR está "atenta" ao fenómeno e aponta gravidade de alguns casos
Ciberataques
9 de fev. de 2022, 12:40
— Lusa/AO Online
Em
resposta enviada à agência Lusa após o recente ataque informático à
operadora de comunicações Vodafone, a PGR sublinha que relativamente à
evolução da cibercriminalidade, o Gabinete de Cibercrime da PGR divulga
com regularidade notas informativas nas quais descreve e caracteriza as
denúncias recebidas, a última das quais é referente ao ano de 2021. "Esta
informação resulta da análise das denúncias que lhe chegam diretamente.
Pela leitura da informação disponível até ao momento, pode-se constatar
que têm vindo a ser denunciadas situações de `ransomware´ que têm
vitimado sobretudo pequenas e médias empresas", esclarece a PGR. Contudo
- indica a PGR - "os designados ataques informáticos, ou seja situações
de intrusões externas em sistemas, não se encontram entre as situações
referidas como mais frequentes". "Assim,
os ataques informáticos são realidades às quais o Gabinete Cibercrime
tem estado atento nos últimos anos, não tanto pelo número de situações
denunciadas mas pela gravidade de que alguns casos se revestem", vincou a
PGR.Entretanto, o coordenador da Unidade
Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T)
da PJ, Carlos Cabreiro, disse na terça-feira que o organismo está a
investigar um único crime informático no ciberataque à Vodafone, em
colaboração com entidades internacionais, mas também com os serviços
secretos, e considera “prematuro” associar este ataque a outros
ocorridos recentemente.O responsável
adiantou também que todas as hipóteses estão em aberto, admitindo-se um
ataque a título individual ou uma ação de grupo concertada, com ligação a
ciberataques recentes em Portugal, ou não.Os
principais objetivos da investigação neste momento são perceber as
motivações do ataque, a recolha de prova, “que neste caso em concreto
tem especificidades e depende de alguma especialização associada ao uso
das novas tecnologias”, e apurar se dados pessoais e informação
confidencial foram eventualmente comprometidos.A
operadora Vodafone assumiu na terça-feira ter sido alvo de um
ciberataque na segunda-feira, adiantando não ter indícios de que os
dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando
determinada em repor a normalidade dos serviços.O
ataque informático à Vodafone Portugal afetou os ATM da rede Multibanco
e serviços essenciais que dependem desta rede, como o Instituto
Nacional de Emergência Médica (INEM) e alguns bombeiros.