Petição pela demissão da presidente da Raríssimas reúne mais de 1600 assinaturas em duas horas
11 de dez. de 2017, 16:00
— Lusa/AO online
No
sítio da internet peticaopublica.com, um serviço gratuito de petições
‘online’, o texto, posto a circular ao início da manhã de hoje, e que
considera "inadmissível que esta Sra. [Paula Brito e Costa] continue a
desempenhar funções até que sejam averiguadas todas as provas expostas
na reportagem pela jornalista Ana Leal da TVI", contava às 12.00 com
cerca de cem assinaturas e às 15.20 já tinham assinado o texto mais de
1.600 pessoas.O
canal televisivo TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão
da associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e
Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação
mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de
solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e
Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e
vários gastos pessoais.Os
autores da petição, dirigida ao presidente da Assembleia da República,
primeiro-ministro, Presidente da República Portuguesa, SIC, TVI,RTP e
Portugal Telecom, pedem ainda que assinem o texto para que "justiça seja
feita perante todos os funcionários da mesma instituição e
principalmente pelos seus doentes".Hoje
de manhã, a Procuradoria-Geral da República avançou que o Ministério
Publico está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia anónima
relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao uso
indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.No
domingo, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
anunciou que vai "avaliar a situação" da Raríssimas e "agir em
conformidade", após a denúncia dos alegados factos ilícitos.A
nota do Ministério acrescenta que "os apoios atribuídos pela Segurança
Social às diversas instituições de solidariedade social ou equiparadas
enquadram-se no desenvolvimento das respostas sociais protocoladas, tais
como acordo de cooperação ou apoios no âmbito do Fundo de Socorro
Social, tendo como base os valores previstos na lei e o número e modelo
de utentes dessas respostas".Antes
da posição do Ministério, a direção da Raríssimas divulgou um
comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações
apresentadas na reportagem são "insidiosas e baseadas em documentação
apresentada de forma descontextualizada", afirmando que as despesas da
presidente em representação da associação estão registadas
"contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os
órgãos da direção".A
direção da Raríssimas destaca ainda que, "contrariamente ao que foi
dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira" da
associação."Para
o exercício da função de representação institucional da Instituição, é
essencial uma imagem adequada da sua representante", afirma a
associação.A
direção da Raríssimas acrescenta ainda que divulgará um direito de
resposta em 48 horas, "no qual todas as questões levantadas pela
reportagem merecerão um esclarecimento cabal e fundamentado", e que
"todas as acusações de que a Direção da Raríssimas na pessoa da dra.
Paula Brito e Costa e restantes visados foram alvo serão devidamente
retratadas seguindo os procedimentos legais previstos.