Pesca da sardinha deverá ser interditada em zonas do Norte e Centro
25 de out. de 2017, 12:58
— Lusa/AO Online
“Existem
várias propostas em cima da mesa, maioritariamente na região Centro,
também existe alguma coisa no Norte. Mas é Norte e região Centro [as
áreas para onde se equacionam a proibição de pesca da sardinha]”, disse a
governante à agência Lusa, sublinhando estarem as zonas a serem
delimitadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e
pelos pescadores.À margem da conferência o Valor dos Oceanos, a
decorrer em Lisboa, a ministra precisou estarem a ser “mantidas
conversas e reuniões de reflexão com as comunidades piscatórias para
juntamente com o IPMA, já com informação científica, para se poder
delimitar áreas em que não haverá pesca de todo, porque são áreas
importante para a reprodução da espécie”.No dia 20 de outubro, o
Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) recomendou a
suspensão da pesca da sardinha, em Portugal e Espanha, em 2018. Na
altura, a ministra do Mar adiantou que o Governo ia propor que os
limites de captura se fixassem entre 13,5 e 14 mil toneladas. Ana
Paula Vitorino disse ainda que tem que ser garantido um ponto de
equilíbrio entre a sustentabilidade do ‘stock’ e das comunidades
piscatórias e acrescentou que foi estabelecido um pacote de medidas, de
modo a acatar as recomendações do ICES.Na intervenção desta manhã
na sessão de abertura da conferência, Ana Paula Vitorino explicou que
no caso da sardinha a “virtude não está nos extremos”, ou seja, no fim
total das capturas, nem no pescar milhares de peixes.“A virtude
estará algures no meio” e “fica muito aquém daquilo que os pescadores
gostariam e um bocadinho acima do que as ONG [Organizações Não
Governamentais] gostariam”, referiu Ana Paula Vitorino, informando sobre
as “ações complementares” para defender o “’stock’ nos momentos de
maior fragilidade, o que se cruza com o conhecimento e a investigação”.“Quais
são as áreas em que efetivamente no nosso país em que não podem haver
capturas? Pela primeira vez, vai definir-se em Portugal áreas de ‘no
catch’ (áreas de não apanhar) relativamente à sardinha. [Vai saber-se]
onde não vai haver pescaria”, informou.Além do projeto de investigação que está a ser promovido pelo IPMA, avançará um projeto de repovoamento. No
passado dia 21, a Comissão Europeia informou que não proíbe a pesca da
sardinha, mas recomenda às autoridades portuguesas que encarem com
seriedade as quebras nos ‘stocks' da espécie devidas à sobrepesca e ao
aumento da poluição.Um porta-voz do executivo comunitário
reiterou que Bruxelas está consciente da importância socioeconómica e
cultural da pesca em Portugal, razão pela qual "está muito preocupada
com o estado potencialmente precário da pesca de sardinha ibérica",
salientando que "as autoridades têm que levar isto muito a sério". Na
quinta-feira, Portugal e Espanha reúnem-se para discutir, segundo a
ministra do Mar, o “plano de gestão de uma forma geral, não
necessariamente as áreas em Portugal em que não vai haver capturas [de
sardinha]” e os “valores das capturas que vão ser propostos em conjunto à
União Europeia