Perto de 1.800 ocorrências no continente até às 12h00 de hoje
Mau tempo
19 de dez. de 2019, 17:27
— Lusa/AO Online
De
acordo com o comandante Pedro Nunes, da Autoridade Nacional de
Emergência e Proteção Civil (ANEPC), as ocorrências foram registadas
desde as 15h00 de quarta-feira.“A maior
parte das ocorrências estão relacionadas com quedas de árvores, quedas
de estruturas, havendo igualmente o registo de inundações”, adiantou
Pedro Nunes, em declarações aos jornalistas na sede da ANEPC, em Oeiras,
distrito de Lisboa.As autoridades estão
preocupadas com as bacias hidrográficas do Tâmega, Mondego, Águeda,
Douro e Lima, devido à previsível subida do nível da água. No Tejo, é
afastado um cenário de cheias.“Há cinco
bacias hidrológicas, rios, que nos estão a preocupar. Segundo indicação
da Agência Portuguesa do Ambiente, a bacia do Lima está muito perto de
caudais limite de cheias que possam provocar inundações em Ponte da
Barca e Ponte de Lima. em relação ao rio Tâmega, está perto do caudal
limite para provocar cheias em Amarante”, disse Pedro Nunes.O
comandante referiu também que no rio Águeda “o caudal está pouco
estabilizado”, lembrando ser “muito provável que aconteçam no final da
tarde e princípio da noite inundações na zona de Águeda”.Também
o rio Douro se encontra em monitorização, “com especial atenção para a
zona da Régua e Foz do Douro, em ambas as margens, e em relação ao
Mondego o caudal apresenta um aumento significativo e não há previsão de
descida”.A Autoridade Nacional de
Emergência e Proteção Civil alertou na quarta-feira a população para o
agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e
persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em
toda a costa.O Instituto Português do Mar e
da Atmosfera (IPMA) emitiu para a tarde de hoje o aviso vermelho, o
mais grave, para os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro,
Coimbra, Braga, Porto, Vila Real e Viana do Castelo.Pedro
Nunes alertou ainda que a “situação meteorológica complexa vai
continuar nas próximas horas, provavelmente nos próximos dias”, prevendo
que as condições meteorológicas “melhorem significativamente a partir
da tarde de sábado e manhã de domingo”.“Para
esta tarde prevê-se um quadro de precipitação forte e persistente,
vento e agitação marítima um pouco por todo o país, começando pelo norte
e depois descendo um pouco ao centro e baixando na próxima madrugada e
manhã para o Alentejo e Algarve”, explicou.De acordo com o comandante, o padrão da depressão “é o mesmo, não havendo perda de força”.A
precipitação “pode ser menor” no Alentejo e Algarve, mas os conselhos à
população são os mesmos de quarta-feira: “não se aproximem da orla
marítima, em caso de estacionarem no local que seja redobrada a atenção,
o mesmo perto de árvores, devido à queda das mesmas”.O
responsável adiantou também que, após o ‘briefing’ com o Instituto
Português do Mar e da Atmosfera, ficou a ser conhecido que “é esperado
que os efeitos cumulativos do mau tempo se manifestem pelas 18/19h00 de
hoje”.Tendo em conta a precipitação
registada até ao momento, o responsável afirmou também que ficou
comprovado durante o ‘briefing’ operacional que “já não se verifica a
situação de seca hidrológica” no norte do país.Questionado
sobre a possibilidade de o alerta laranja da ANEPC ser elevado para
vermelho, o comandante explicou “não estar no horizonte” essa
possibilidade.Em relação ao dispositivo
para fazer face às ocorrências em todo o país, o comandante frisou que
se mantém igual ao de quarta-feira, sem no entanto, adiantar números.Quanto
ao número de desalojados, Pedro Nunes disse que às 12h00 se mantinha em
16 - nove do concelho de Almada, Setúbal, e outras sete em Santo Tirso,
Porto, devido à queda de árvores em habitações.