Personalidades pedem aos governos e instituições mais recursos para a educação
19 de ago. de 2020, 09:40
— Lusa/AO Online
A carta é dirigida ao G20, ao Fundo Monetário
Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, entre outros, e foi remetida
pelo Enviado Especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a
Educação Global, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown."Com
mais de mil milhões de crianças ainda fora da escola, devido ao
confinamento, há um risco real de que as crises de saúde pública criem
uma geração da covid-19 que ficará sem educação e cujas oportunidades
serão prejudicadas para sempre", adverte a carta.Os
signatários apelam a todos os países para que se comprometam a proteger
as despesas com a educação, dando prioridade às necessidades das
crianças mais desfavorecidas e concedendo apoio financeiro sempre que
possível para promover a escolarização.O
grupo pede à comunidade internacional que gaste mais na ajuda à educação
para os locais mais desfavorecidas do mundo e salienta que a forma mais
fácil de o fazer é através da anulação das dívidas dos países pobres,
desde que dediquem recursos à educação.A
carta apela também ao FMI para emitir direito especial de saque, a sua
moeda nominal, no valor de 1,2 triliões de dólares (1,1 triliões de
euros) a serem encaminhados para os países mais necessitados.Os
signatários salientam que a pandemia desencadeou uma "emergência global
de educação", além de uma crise já existente, e argumentam que são
necessárias respostas urgentes.A carta de Brown é apoiada por muitos ex-governantes, ex-chefes de organizações internacionais e académicos.Entre
os signatários encontram-se, por exemplo, o ex-presidente mexicano
Vicente Fox, o ex-primeiro-ministro italiano Mario Monti, o
ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, o ex-presidente colombiano
Juan Manuel Santos e o ex-chefe da diplomacia europeia Javier Solana.A
pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou
mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um
balanço feito pela agência francesa AFP.